Você entra em uma loja de conveniência e, enquanto caminha pelos corredores, uma música familiar toca ao fundo, fazendo você se sentir nostálgico.
Sem perceber, você coloca na cesta um produto que não estava no seu radar inicial, mas que, de alguma forma, te fez lembrar de uma época feliz.
Isso não foi um acidente.
É um exemplo prático de como o neuromarketing pode influenciar o comportamento do consumidor.
Utilizando dados do cérebro para entender as emoções e as respostas subconscientes dos clientes, o neuromarketing consegue direcionar ações de marketing de forma mais precisa e eficiente.
Desenvolvemos este artigo para explicar como o neuromarketing, com base na neurociência, pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar o desempenho das suas campanhas.
A seguir, vamos explorar o conceito, as aplicações práticas e, principalmente, como você pode integrá-lo à sua estratégia de marketing para alcançar resultados expressivos.
Quer saber como transformar insights cerebrais em ações criativas?
Vamos à leitura!
O que é neuromarketing?
Para começar, você precisa entender, de fato, o que é neuromarketing.
Trata-se um campo de estudo voltado à neurociência aplicada ao marketing, buscando compreender como o cérebro humano responde a diferentes estímulos de marketing, como anúncios, cores, sons e até cheiros.
A ideia central é que, ao analisar as reações neurológicas e psicológicas dos consumidores, as empresas podem criar campanhas mais eficazes e atrativas.
Utilizando tecnologias como ressonância magnética funcional (fMRI), eletroencefalogramas (EEG) e rastreamento ocular, o neuromarketing permite observar o que acontece no cérebro das pessoas quando elas estão expostas a produtos ou propagandas. Assim, revelam-se insights que muitas vezes não são captados em pesquisas tradicionais.
Enquanto as pesquisas de mercado convencionais dependem de respostas conscientes dos consumidores — que nem sempre são precisas ou sinceras — o neuromarketing investiga as reações inconscientes e automáticas que as pessoas têm, fornecendo dados mais profundos sobre as preferências e os comportamentos. Por exemplo, ao estudar quais partes do cérebro são ativadas em resposta a um comercial, os pesquisadores podem identificar se ele está gerando emoções positivas, como alegria e excitação, ou negativas, como medo e repulsa.
Martin Lindstrom e a lógica do consumo
Um dos autores mais renomados na área de neuromarketing é Martin Lindstrom, que popularizou o conceito em seu livro “A lógica do consumo: verdades e mentiras sobre por que compramos”.
Lindstrom examina como os fatores emocionais e subconscientes influenciam o comportamento de compra dos consumidores, muitas vezes mais do que os fatores racionais.
No livro, ele revela como as decisões de compra são frequentemente guiadas por impulsos inconscientes que podem ser medidos e analisados por meio de técnicas de neuromarketing.
Lindstrom defende que as empresas que utilizam essas técnicas estão em uma posição privilegiada para criar campanhas mais envolventes e eficazes, alinhadas com os desejos mais profundos dos consumidores. (1)
Assista ao vídeo em que Jeovet Baca, mestre em Filosofia Geral, apresenta um resumo e análise da obra de Martin Lindstrom:
Neuromarketing na prática
Um exemplo prático de aplicação do neuromarketing pode ser encontrado no uso de cores em anúncios publicitários.
Estudos neurológicos mostram que cores como vermelho e amarelo podem provocar fome ou excitação, o que explica por que muitas redes de fast-food, como McDonald’s e Burger King, utilizam essas cores em seus logos e campanhas.
Além das cores, o neuromarketing também pode ajudar a determinar quais elementos de um anúncio — como a música de fundo, o design visual ou até a narrativa — são mais eficazes para despertar emoções e memórias nos consumidores.
Quando usados corretamente, esses insights ajudam as marcas a criar mensagens que ressoam de maneira mais profunda e pessoal, aumentando a probabilidade de conversão.
Conforme o neuromarketing continua a evoluir, a sua aplicação no mundo corporativo cresce exponencialmente, oferecendo aos empresários e gestores de marketing uma vantagem competitiva.
O estudo das respostas neurológicas permite que as marcas saiam na frente ao criar campanhas que não só atraem a atenção, mas também criam um vínculo emocional com o público, levando a decisões de compra mais rápidas e consistentes.
Evolução do neuromarketing: dos primeiros estudos à era da Inteligência Artificial (IA)
O neuromarketing, como campo de estudo, teve seu surgimento atrelado à evolução das tecnologias de imagem cerebral e às crescentes descobertas sobre o comportamento humano.
A partir das duas últimas décadas, o avanço dessas tecnologias permitiu que pesquisadores e empresas explorassem o impacto emocional e subconsciente das campanhas publicitárias de uma forma antes inimaginável. Veja uma breve linha do tempo, a seguir:
Surgimento e primeiros estudos
O conceito de neuromarketing começou a ganhar forma no início dos anos 2000, quando especialistas em neurociência e marketing perceberam que a aplicação de tecnologias como a ressonância magnética funcional (fMRI) e o eletroencefalograma (EEG) poderia oferecer um novo nível de entendimento sobre as reações dos consumidores a estímulos de marketing.
O termo “neuromarketing” foi introduzido pelo professor Ale Smidts em 2002, professor da Erasmus University, nos Países Baixos. Mais tarde, como vimos, Martin Lindstrom popularizou o termo. Foi esse especialista que levou o neuromarketing da academia para as aplicações práticas no mercado. (2)
Antes disso, os estudos sobre comportamento do consumidor dependiam fortemente de questionários e grupos focais. No entanto, ficou claro que as respostas dos consumidores muitas vezes não refletiam suas verdadeiras emoções e motivações, muitas das quais ocorrem a um nível inconsciente. O neuromarketing surgiu, então, como uma solução para acessar esses processos mais profundos.
Expansão com tecnologias de imagem cerebral
Com o avanço das tecnologias de fMRI e EEG, a área deu um grande salto. A fMRI permitiu visualizar, em tempo real, quais áreas do cérebro eram ativadas quando os consumidores eram expostos a produtos ou anúncios.
Isso ajudou a identificar reações emocionais específicas, como prazer, medo ou aversão. Já o EEG, uma ferramenta mais acessível e portátil, mede a atividade elétrica do cérebro, permitindo um monitoramento mais dinâmico das reações momentâneas dos consumidores.
Essas tecnologias foram fundamentais para os primeiros experimentos que demonstraram como o subconsciente desempenha um papel muito maior nas decisões de compra do que se acreditava.
Por exemplo, um estudo pioneiro liderado por Read Montague em 2003, conhecido como o "Teste da Pepsi", usou fMRI para comparar as reações cerebrais de pessoas ao beberem Coca-Cola e Pepsi.
O estudo mostrou que, mesmo quando os participantes preferiam o sabor da Pepsi em um teste cego, a marca Coca-Cola ativava mais áreas do cérebro relacionadas ao prazer quando a marca era conhecida, provando o poder da marca sobre o gosto percebido. (3)
Assista ao vídeo de um TED Talks em que o neurocientista fala sobre o funcionamento do cérebro e comenta sobre o estudo que citamos e outras pesquisas no campo do neuromarketing:
Neuromarketing no mercado corporativo
Ao longo dos anos 2010, o neuromarketing começou a ser adotado por grandes empresas para moldar suas estratégias publicitárias.
Marcas como Coca-Cola, Google e Procter & Gamble foram algumas das primeiras a investir nesse tipo de pesquisa.
Ao mesmo tempo, surgiram empresas especializadas, como a NeuroFocus (adquirida pela Nielsen), que começaram a oferecer serviços de neuromarketing para marcas interessadas em otimizar suas campanhas.
O futuro com IA e big data
Com a integração de Inteligência Artificial (IA) e análise de big data, o neuromarketing continua a evoluir. Essas tecnologias permitem que as empresas analisem volumes maiores de dados e façam previsões mais precisas sobre o comportamento do consumidor.
A tendência atual é a de combinar dados cerebrais com informações comportamentais em tempo real, criando estratégias de marketing ainda mais personalizadas.
Em resumo, o neuromarketing evoluiu de uma ideia emergente para uma ferramenta poderosa com a ajuda das inovações tecnológicas.
O campo continua a crescer, oferecendo uma visão única sobre o comportamento do consumidor e ajudando as empresas a criar conexões emocionais mais fortes com seus públicos.
Como o neuromarketing funciona? Entenda aqui!
Você já sabe que o neuromarketing funciona ao analisar como o cérebro humano reage a estímulos de marketing. Porém, agora vamos aprofundar mais sobre como isso se aplica na prática.
Diferente das abordagens tradicionais, que se baseiam em pesquisas declarativas, o neuromarketing busca acessar as respostas emocionais e automáticas que estão muitas vezes além do controle ou percepção do consumidor.
Para realizar esse tipo de ação, é preciso ter conhecimento sobre alguns princípios científicos básicos e de técnicas de neuromarketing
Veja, a seguir!
Princípios científicos por trás do neuromarketing
O cérebro humano processa estímulos de marketing de forma complexa e multifacetada.
Três componentes principais são essenciais para entender como o neuromarketing funciona: emoções, memória e atenção. Entenda:
Emoções
As decisões de compra são fortemente influenciadas pelas emoções. O neuromarketing explora a resposta emocional do consumidor a anúncios, embalagens e produtos.
Um estudo do Opinion Box mostra que as emoções desempenham um papel decisivo em cerca de 95% das decisões de compra.
Sendo assim, um anúncio que evoca felicidade, por exemplo, tende a ser mais memorável e leva a uma maior probabilidade de compra.
Isso acontece porque emoções ativam o sistema límbico do cérebro, que está ligado ao processamento emocional e à tomada de decisões. (4)
Memória
As marcas que conseguem criar uma conexão emocional significativa têm mais chances de serem lembradas. O processo de memorização é dividido em memória de curto e longo prazo.
Desse modo, as campanhas que utilizam gatilhos emocionais fortes, como uma história comovente, ativam o hipocampo (parte do cérebro responsável pela formação de memórias), gerando um impacto duradouro.
Os anúncios que se conectam à memória de longo prazo são mais eficazes porque o consumidor tende a buscar aquilo que já lhe é familiar quando toma decisões de compra.
Atenção
Você sabe que a capacidade de capturar e manter a atenção do consumidor é essencial. Dentro desse contexto, o neuromarketing ajuda a identificar quais elementos visuais ou auditivos atraem mais atenção.
Por exemplo, cores vibrantes, sons e imagens em movimento podem ativar áreas do cérebro associadas à atenção, como o córtex pré-frontal.
Ao saber como capturar e direcionar essa atenção, as marcas podem otimizar a comunicação de sua mensagem de maneira mais eficaz.
Técnicas de neuromarketing
O neuromarketing utiliza uma série de tecnologias para medir as reações cerebrais e fisiológicas a estímulos de marketing. Algumas das principais técnicas são:
Ressonância magnética funcional (fMRI)
A fMRI é uma técnica que monitora a atividade cerebral ao medir o fluxo sanguíneo em diferentes regiões do cérebro.
Quando uma pessoa é exposta a um anúncio, os pesquisadores conseguem ver quais áreas estão sendo ativadas, fornecendo insights sobre as emoções e pensamentos inconscientes.
A fMRI é ideal para identificar reações profundas a longo prazo, como a construção de uma preferência de marca.
Eye-tracking
O eye-tracking ou rastreamento ocular, em português, é uma técnica que utiliza câmeras para monitorar os movimentos dos olhos, identificando o que atrai a atenção visual de uma pessoa ao olhar para um anúncio ou produto.
Isso ajuda os profissionais de marketing a entender quais elementos visuais têm mais impacto e como o consumidor navega visualmente em um conteúdo publicitário.
Eletroencefalograma (EEG)
O EEG mede a atividade elétrica no cérebro por meio de sensores colocados no couro cabeludo.
Trata-se de um exame que fornece uma leitura rápida das respostas cerebrais em tempo real, mostrando o nível de excitação emocional e atenção do consumidor.
Essa técnica é frequentemente utilizada para avaliar anúncios curtos, spots de TV e elementos rápidos de marketing digital.
Medidas de resposta galvânica (GSR)
Também conhecida como condutância da pele, essa técnica mede as mudanças na transpiração, associadas à excitação emocional.
Quando um consumidor se sente nervoso, empolgado ou emocionado, sua pele reage e o GSR detecta essas pequenas alterações, ajudando a medir a intensidade emocional.
O neuromarketing, ao combinar ciência e tecnologia, oferece uma visão detalhada e precisa de como os consumidores realmente percebem e reagem a estímulos de marketing. Por isso, vale a pena apostar nessas técnicas, sempre que possível.
Benefícios e desafios do neuromarketing
O neuromarketing tem se destacado como uma ferramenta poderosa para empresas e marcas que buscam compreender mais profundamente o comportamento de seus consumidores.
Ao explorar como o cérebro humano reage a estímulos de marketing, as empresas podem obter insights valiosos para criar campanhas mais eficazes e impactantes.
No entanto, o uso dessa tecnologia também levanta questões éticas e controvérsias sobre a manipulação subconsciente dos consumidores. Abaixo, discutiremos os principais benefícios do neuromarketing para empresas e marcas, assim como os desafios e questões éticas associados a essa prática. Acompanhe!
Benefícios do neuromarketing para empresas e marcas
Entre as principais vantagens que o neuromarketing proporciona para as empresas estão as seguintes:
Maior engajamento
Uma das maiores vantagens do neuromarketing é sua capacidade de aumentar o engajamento do público.
Com as ferramentas de neuromarketing, as empresas conseguem identificar quais elementos de uma campanha capturam mais atenção e evocam emoções positivas.
Por exemplo, um comercial que desperta fortes emoções como alegria ou nostalgia tem mais chances de gerar engajamento do que um anúncio neutro.
Ao focar em emoções e reações subconscientes, as marcas podem criar conteúdos mais impactantes, aumentando o tempo de atenção e a conexão emocional do consumidor com a marca.
Aumento na conversão
O neuromarketing permite que as empresas otimizem as campanhas para aumentar as taxas de conversão.
Ao entender como o cérebro processa diferentes estímulos, as marcas podem ajustar os elementos de seus anúncios — como cores, sons e narrativas — para maximizar o impacto.
Campanhas que apelam às emoções e memórias têm mais chances de converter leads em clientes, pois influenciam diretamente os mecanismos inconscientes que regem as decisões de compra.
Além disso, ao medir a resposta emocional dos consumidores a um anúncio ou produto, as empresas podem identificar os aspectos mais eficazes para impulsionar a conversão.
Fidelidade do cliente
As emoções contribuem diretamente para a construção de relações de longo prazo entre consumidores e marcas.
Quando uma empresa utiliza o neuromarketing para criar uma experiência emocionalmente envolvente, ela aumenta as chances de gerar lealdade do cliente.
A fidelidade não se trata apenas de garantir que o consumidor volte a comprar. Ela também se associa ao fato criar um vínculo emocional que faça com que o consumidor defenda a marca.
Esse processo emocional, identificado e explorado pelo neuromarketing, ajuda a construir uma conexão profunda que pode garantir a fidelização de clientes por anos.
Eficiência na tomada de decisões
Uma das maiores dificuldades nas campanhas tradicionais de marketing é a necessidade de adivinhar o que funcionará melhor com o público-alvo.
Com o neuromarketing, as marcas podem basear suas decisões em dados reais do comportamento cerebral dos consumidores, o que reduz a incerteza e aumenta a eficiência das estratégias.
Em vez de depender exclusivamente de pesquisas de opinião, as empresas podem tomar decisões mais informadas sobre seus anúncios e produtos. Assim, conseguem ter uma melhor alocação de recursos e um retorno sobre investimento (ROI) superior.
Desafios e questões éticas no neuromarketing
Apesar dos benefícios tangíveis, o neuromarketing também enfrenta uma série de desafios e questões éticas que precisam ser considerados.
Um dos principais pontos de debate é o uso de informações subconscientes para influenciar o comportamento dos consumidores de maneira que eles não estejam plenamente cientes.
A seguir, comentaremos sobre os principais pontos relacionados às questões éticas:
Manipulação subconsciente
Um dos principais questionamentos éticos em torno do neuromarketing é a possibilidade de manipulação subconsciente.
Ao acessar as respostas emocionais e inconscientes dos consumidores, as empresas podem estar influenciando decisões de compra sem que o indivíduo tenha plena consciência de sua escolha.
Os críticos do neuromarketing argumentam que essa prática pode se tornar uma forma de exploração psicológica. Eles dizem que os consumidores podem ser persuadidos a comprar produtos ou serviços sem uma reflexão consciente sobre sua necessidade, ou desejo real.
Essa linha tênue entre influência e manipulação levanta preocupações sobre até que ponto o neuromarketing pode ser utilizado de maneira ética. Embora a maioria das empresas busque otimizar as campanhas para melhorar a experiência do consumidor, o risco de ultrapassar limites éticos é real, especialmente quando se trata de manipular emoções para obter lucro.
Invasão de privacidade
Outro desafio do neuromarketing é a invasão de privacidade. As tecnologias utilizadas para medir as respostas cerebrais, como fMRI, eye-tracking e EEG, capturam dados extremamente pessoais.
Embora essas informações possam ser utilizadas para criar campanhas mais eficazes, elas também levantam preocupações sobre o uso não autorizado ou a coleta de dados sem o consentimento adequado dos participantes.
Com o aumento da regulamentação de dados em várias partes do mundo, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o uso de dados cerebrais e emocionais está sob maior escrutínio.
As empresas que utilizam neuromarketing devem garantir que estão seguindo protocolos de consentimento informado e protegendo a privacidade dos participantes. Caso contrário, poderão ser punidas por órgãos fiscalizadores, como a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Dificuldade de interpretação dos dados
Apesar das grandes promessas do neuromarketing, interpretar dados cerebrais e emocionais de forma precisa pode ser um desafio.
Embora as tecnologias como fMRI e EEG forneçam uma visão sobre as respostas cerebrais, os resultados nem sempre são fáceis de traduzir em ações práticas de marketing.
O cérebro humano é extremamente complexo, e nem todas as reações cerebrais são diretamente ligadas a uma ação de compra.
Assim, as empresas precisam ser cautelosas ao interpretar esses dados e garantir que eles sejam usados de maneira eficaz e ética.
O neuromarketing oferece uma série de benefícios para empresas e marcas, desde o aumento do engajamento e da conversão até a fidelização dos clientes e a eficiência nas decisões de marketing.
No entanto, os desafios éticos e técnicos associados ao seu uso não devem ser subestimados.
A manipulação subconsciente, a invasão de privacidade e a dificuldade na interpretação dos dados são questões que precisam ser abordadas de forma transparente e responsável.
O sucesso do neuromarketing depende de um equilíbrio cuidadoso entre o uso eficaz da ciência cerebral e o respeito pelos direitos e bem-estar dos consumidores.
Dicas práticas para aplicar o neuromarketing nas estratégias de marketing
Embora as tecnologias de EEG, fMRI e eye-tracking ofereçam insights valiosos sobre como o cérebro responde a estímulos, nem sempre é viável ou acessível para as empresas utilizar esses recursos.
Felizmente, mesmo sem o uso dessas ferramentas complexas, é possível aplicar os princípios do neuromarketing de maneira eficaz nas estratégias de marketing, aproveitando o poder das emoções, dos estímulos visuais e da psicologia do comportamento.
Elencamos algumas dicas práticas de como aplicar os conceitos de neuromarketing sem precisar recorrer a exames caros e complexos. Veja:
Aproveite o poder das emoções
As emoções são importantes para influenciar decisões de compra, e o neuromarketing nos ensina que campanhas emocionalmente envolventes tendem a ser mais eficazes.
Mesmo sem utilizar exames neurológicos, você pode criar campanhas que despertem sentimentos positivos, como alegria, surpresa ou empatia.
Utilizar narrativas autênticas e histórias emocionantes é uma maneira eficaz de engajar o público e criar uma conexão mais profunda com a marca.
Exemplo: Em 2020, na pandemia de Covid-19, o Bradesco Saúde lançou um comercial na TV e nas redes sociais com crianças brincando que eram médicas de diferentes especialidades.
A ideia era tocar no coração das pessoas, mostrando que os médicos que estavam na linha de frente do combate ao coronavírus estavam inspirando toda uma geração. A música “Fascinação”, na voz da cantora Elis Regina, embalava o comercial, trazendo ainda mais emoção às imagens.
Explore a psicologia das cores
A escolha de cores é um fator chave que pode influenciar diretamente o comportamento do consumidor.
Mesmo sem exames laboratoriais, é possível utilizar o conhecimento do neuromarketing sobre as cores para maximizar o impacto visual de anúncios, embalagens e ambientes de loja.
Cores como o vermelho e o amarelo são frequentemente associadas a sensações de urgência e energia, enquanto o azul tende a transmitir calma e confiança.
Exemplo: A marca Coca-Cola usa consistentemente o vermelho em suas campanhas e embalagens, uma cor que, segundo estudos de neuromarketing, estimula excitação e atenção.
Essa escolha de cor ajudou a Coca-Cola a se destacar nas prateleiras e nos anúncios, associando a marca a momentos de celebração e alegria.
Conte histórias envolventes
Histórias envolventes ativam diversas partes do cérebro, especialmente aquelas ligadas à memória e emoção.
Mesmo sem fMRI ou EEG, as empresas podem criar campanhas com narrativas emocionantes que ressoam com o público, despertando uma resposta emocional que reforça a lembrança da marca.
Exemplo: A Airbnb utiliza histórias autênticas de anfitriões e viajantes em suas campanhas para criar uma conexão emocional.
Essas histórias, que retratam encontros culturais e experiências inesquecíveis, ajudam a criar uma associação positiva com a marca.
Dê atenção aos detalhes visuais
Mesmo sem eye-tracking, que mede para onde os olhos dos consumidores estão direcionados em um anúncio, você pode usar práticas comprovadas para otimizar a atenção visual.
A disposição de elementos como o call-to-action (CTA), as imagens e os textos deve seguir um fluxo lógico que guie os olhos do espectador de maneira natural. Coloque os elementos mais importantes no ponto central de atenção da peça.
Exemplo: A Apple é mestre em design minimalista. Seus anúncios e páginas de produto utilizam uma abordagem limpa, com foco em um ou dois elementos-chave.
Essa estratégia garante que o foco visual fique na mensagem principal — o produto —, tornando a experiência mais intuitiva e aumentando as chances de conversão.
Use gatilhos mentais
Os gatilhos mentais, como a escassez, a urgência e a prova social, são poderosas ferramentas de neuromarketing que podem ser aplicadas sem o uso de tecnologia.
Ao incorporar esses gatilhos em suas campanhas, você pode influenciar o comportamento do consumidor de maneira eficaz.
Exemplo: A campanha promocional "Leve 3, Pague 2" da Loja Lebes durante o período de liquidações, usa o gatilho da urgência ao destacar que a promoção é válida por tempo limitado.
A campanha também explora o gatilho de escassez ao informar que os estoques são limitados, incentivando os consumidores a agir rapidamente para aproveitar o desconto.
Foque nas experiências sensoriais
Mesmo sem equipamentos avançados, você pode melhorar a experiência sensorial dos consumidores.
Os anúncios que utilizam trilhas sonoras memoráveis, vídeos com movimento cativante e imagens de alta qualidade criam uma experiência mais imersiva e emocionalmente envolvente.
Mesmo sem tecnologias avançadas, você pode melhorar a experiência sensorial dos consumidores com campanhas que utilizam trilhas sonoras cativantes, vídeos dinâmicos e imagens de alta qualidade. Esses elementos criam uma experiência imersiva e emocionalmente envolvente, gerando uma conexão mais profunda com o público.
Exemplo: A campanha "Carnaval Brahma 2022", da Brahma, usou música vibrante, cores intensas e cenas de celebração para capturar o espírito do Carnaval brasileiro. A ideia era passar uma sensação de alegria pela volta da festa popular às ruas, após dois anos de suspensão por conta do isolamento social provocado pela pandemia.
Com trilhas sonoras contagiantes e visuais que retratavam o clima festivo das ruas, a campanha conseguiu transmitir a energia e a alegria do Carnaval, criando uma experiência sensorial que envolvia os sentidos e despertava o desejo de fazer parte daquela festa.
Realize testes A/B
Embora não sejam tão sofisticados quanto exames neurológicos, os testes A/B são uma maneira eficaz de aplicar os princípios do neuromarketing.
Ao testar diferentes versões de uma campanha ou anúncio com seu público, você pode ver quais elementos geram mais cliques, conversões ou interações.
Essa prática permite ajustar e otimizar suas campanhas com base nas respostas reais dos consumidores.
Exemplo: O Facebook usa constantemente testes A/B para analisar qual versão de um anúncio tem melhor desempenho.
Com essas informações, as empresas podem ajustar suas campanhas para aumentar a eficiência, mesmo sem usar tecnologia neurológica.
E aí, gostou de saber mais sobre neuromarketing? Que tal colocar essas ideias em prática no seu negócio?
Isso é possível e a Adtail, como uma agência de marketing inovadora, está aqui para ajudar. É só conversar com um de nossos consultores. Estamos à sua disposição.
Referências:
(1) LINDSTROM, Martin. A lógica do consumo: verdades e mentiras sobre o que compramos. Harper Collins Brasil: Rio de Janeiro, 2018.
(2) NEUROMARKETING: entenda o conceito. PUCRS Online, 11 jun. 2022. Disponível em: <https://online.pucrs.br/blog/neuromarketing>. Acesso em: 3 out. 2024.
(3) McCLURE, Samuel M.; LI, Jian; TOMLIN, Damon; CYPERT, Kim S.; MONTAGUE, Latané; MONTAGUE, Read. Neural correlates of behavioral preference for culturally familiar drink. Neuron, vol. 4, n° 2, 2004. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0896627304006129>. Acesso em: 3 out. 2024.
(4) EMOÇÕES motivam a maioria das compras, diz pesquisa. O Globo, 8 dez. 2023. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/patrocinado/dino/noticia/2023/12/08/emocoes-motivam-a-maioria-das-compras-diz-pesquisa.ghtml>. Acesso em: 3 out. 2024.
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