Estatísticas do e-commerce em 2024 e 2025 segundo a Webshoppers
O setor de e-commerce brasileiro continua a apresentar um crescimento robusto, mesmo em um cenário econômico desafiador.
Mas o que está por trás desse sucesso? Quais tendências moldam o comportamento de compra online no Brasil, hoje?
Neste artigo, vamos analisar os dados do mais recente relatório Webshoppers, da empresa de pesquisa de mercado NielsenIQ Ebit.
Desde 2001, o report é considerado uma referência para o setor de comércio virtual no Brasil, coletando informações diretamente de mais de um milhão de pontos de venda.
Por isso, reunimos as principais estatísticas do e-commerce reunidas pelo 50º Webshoppers, a fim de proporcionar uma visão mais aprofundada do mercado para guiar as estratégias da sua empresa para 2025.
O relatório traz dados referentes ao 1º semestre de 2024 e os compara com o mesmo semestre do ano anterior, para critérios de análise.
Então, vamos lá?
Dados contextuais sobre a economia brasileira
Para entender as estatísticas de e-commerce no Brasil, é preciso primeiro dar um passo atrás e entender o nosso cenário econômico como um todo.
Em 2024, o Brasil experimentou um leve aquecimento econômico, com queda na taxa de desemprego e aumento na confiança do consumidor.
No entanto, a inflação ainda representa um desafio, impulsionada principalmente pelo setor de alimentos e bebidas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação, registrou alta acumulada de 4,71% em alimentos, impactando o poder de compra dos brasileiros e influenciando suas prioridades de consumo.
Apesar disso, a recuperação gradual da economia abre caminho para o fortalecimento do e-commerce, que ganha relevância como uma alternativa de compra mais conveniente e, muitas vezes, mais econômica. O setor de alimentos e bebidas, inclusive, foi o que mais obteve crescimento no primeiro semestre de 2024 no comércio online — como veremos logo mais.
A confiança do consumidor também permanece relativamente estável, com um índice de 91,1% no mês de junho de 2024. Isso pode refletir um otimismo cauteloso dos brasileiros, que agora voltam ao mercado de trabalho e se sentem mais confiantes para gastar, principalmente após as crises de 2020 e 2021.
Então, como dissemos, todo este cenário impacta positivamente no crescimento do e-commerce no país, que continua a se expandir ano a ano. Vejamos:
E-commerce cresceu com duplos dígitos no primeiro semestre de 2024
O e-commerce brasileiro cresceu 18,7% no primeiro semestre de 2024, alcançando um faturamento de cerca de R$160 bilhões.
O crescimento em dois dígitos demonstra a expansão acelerada do setor, e o Brasil se destaca como um dos principais mercados de e-commerce na América Latina.
De acordo com a Statista, a média de crescimento do e-commerce na América Latina foi de 14,7%, portanto, o mercado brasileiro superou essa taxa.
E, em termos de consumidores ativos, nosso crescimento é ainda maior. Tivemos um aumento de 25,7% de usuários que compram no comércio online, o que demonstra a crescente adesão do brasileiro ao mercado digital.
E-commerce como o segundo maior canal de faturamento no Brasil
O e-commerce também alcançou a posição de segundo maior canal de faturamento no Brasil, ficando atrás apenas do varejo físico tradicional, conhecido como autosserviço.
Esse desempenho reflete o aumento da digitalização dos consumidores e da penetração do e-commerce em regiões como o Norte e Nordeste, que antes tinham menor participação no comércio digital — vamos falar mais disso logo adiante.
Para as empresas, isso significa que estar online deixou de ser opcional. A implementação de estratégias digitais bem definidas é essencial para marcas que desejam ganhar relevância e expandir seu alcance no mercado brasileiro.
➡️ Leia também: Como preparar o seu e-commerce para a Black Friday? Aprenda aqui
Quais foram as categorias com a maior quantidade de pedidos?
No primeiro semestre de 2024, os produtos de giro rápido (FMCG ou Fast-Moving Consumer Goods) lideraram em volume de pedidos, representando itens essenciais e de alta rotatividade, como alimentos, bebidas e produtos de saúde e beleza.
O e-commerce é o canal ideal para esse tipo de compra, pela própria praticidade que existe para o consumidor ao reabastecer esse tipo de produtos online, além das opções de entrega rápida e promoções.
No geral, as categorias com o maior crescimento na quantidade de pedidos de acordo com a Webshoppers foram, respectivamente:
- Alimentos e bebidas;
- Saúde;
- Perfumaria e cosméticos;
- Esporte e lazer;
- Bebês e cia;
- Eletrodomésticos.
Além disso, a categoria de eletrodomésticos apresentou uma recuperação notável em 2024, voltando a crescer em número de pedidos e em participação no faturamento total do e-commerce.
Esse aumento reflete um ciclo de renovação de produtos que muitos consumidores adquiriram durante a pandemia, como geladeiras, máquinas de lavar e principalmente aparelhos de ar-condicionado, impulsionados pelas altas temperaturas no país.
Esse contexto mostra também que o consumidor brasileiro enxerga no e-commerce uma opção segura e acessível para adquirir bens duráveis de maior valor, aproveitando condições de pagamento facilitadas e entrega direta.
Também é interessante destacar os tipos de produtos que foram mais pedidos por subcategorias:
- Remédios - Produtos de saúde e medicamentos básicos.
- Protetor solar - Forte demanda devido ao clima quente.
- Café - Popular tanto para reposição quanto para o consumo diário.
- Hidratante para corpo - Demanda por cuidados pessoais devido ao clima seco.
- Shampoo para cabelo - Produtos essenciais de higiene.
O destaque dos itens de giro rápido e de eletrodomésticos no e-commerce pode refletir uma tendência mista de consumo digital: enquanto os produtos básicos são comprados com frequência e mantêm o alto volume de pedidos, categorias de bens duráveis apresentam ciclos de demanda que podem ser impulsionados por fatores sazonais, como o clima, e pela inovação nos produtos oferecidos.
Lojas full online versus lojas híbridas: “Pure Players” em destaque
Agora falando sobre os tipos de operação de e-commerce, as "Pure Players", ou lojas que operam exclusivamente no canal online, estão em crescimento acelerado.
Elas tiveram um aumento de 48,7% no faturamento no primeiro semestre de 2024, superando as lojas híbridas ou Brick&Click, isto é, que possuem pontos físicos e virtuais.
Esse cenário pode refletir a preferência dos consumidores por conveniência e facilidade no processo de compra.
Além disso, lojas full online conseguem investir em melhorias na experiência do usuário, como navegação mais fluida, atendimento personalizado e opções de frete rápido, diferenciais que fidelizam o consumidor e ampliam o market share das pure players.
➡️ Leia também: Como melhorar a experiência do cliente no e-commerce?
Quais são os principais diferenciais que os consumidores procuram?
Segundo o Webshoppers, entre os principais diferenciais buscados pelos consumidores brasileiros no e-commerce estão a facilidade no processo de pagamento e o sortimento dos produtos — isto é, o número de diferentes produtos e as variações de cada um que estão disponíveis para venda.
A facilidade de pagamento, que inclui métodos como carteiras digitais, parcelamento sem juros e integração com PIX, é um fator decisivo para que o cliente finalize a compra. Além disso, uma experiência de checkout simplificada reduz a taxa de abandono de carrinho e aumenta a conversão.
Por outro lado, a diversidade de opções disponíveis em uma loja online também é fundamental para atrair e reter consumidores, pois aumenta as chances de que eles encontrem exatamente o que procuram, sem precisar recorrer a concorrentes.
Para consumidores detratores, por exemplo, “falta de estoque” e “não encontrar o produto que estava buscando” em uma loja online são os principais motivos de insatisfação na hora da compra.
Por isso, para as empresas, oferecer esses diferenciais é uma oportunidade de aumentar a satisfação do cliente e sua fidelização.
Sudeste e Nordeste: as regiões mais representativas no e-commerce
O Sudeste e o Nordeste foram as regiões mais representativas em termos de participação no e-commerce no primeiro semestre de 2024.
O Sudeste, que concentra a maior parte do mercado consumidor, continua liderando em volume de vendas, enquanto o Nordeste tem registrado um aumento significativo em novos consumidores desde a pandemia.
A região Norte, embora ainda tenha menor volume de vendas, foi a que mais cresceu proporcionalmente.
Essas tendências regionais indicam que o e-commerce brasileiro está se tornando mais descentralizado, o que representa uma oportunidade para marcas que desejam expandir sua presença nacional.
Adotar estratégias de marketing segmentadas para diferentes regiões pode ajudar a captar novos consumidores e aumentar a lealdade dos clientes em áreas de alto crescimento.
2024 e 2025: anos de renovação de linha branca
Os eletrodomésticos de linha branca, como geladeiras, máquinas de lavar e ar-condicionado, estão passando por um ciclo de renovação.
Muitos consumidores que adquiriram esses itens durante a pandemia agora procuram substituí-los devido ao desgaste natural e ao aumento da eficiência em novos modelos.
A demanda por produtos de linha branca, como condicionadores de ar e refrigeradores, tem sido impulsionada principalmente por questões climáticas, como as ondas de calor de 2024, que aumentaram a procura por equipamentos de refrigeração.
Com a projeção de um verão intenso em 2025, as vendas desses produtos deverão continuar em alta, o que representa uma oportunidade estratégica para os e-commerces que atendem a esse nicho.
Aplicativos vs navegadores: onde o consumidor prefere comprar?
As estatísticas do e-commerce brasileiro mostram que os consumidores estão cada vez mais divididos entre aplicativos e navegadores para suas compras online.
No primeiro semestre de 2024, 61,8% dos consumidores utilizaram ambos os meios para fazer compras, enquanto 23,3% optaram pelos navegadores e apenas 14,9% o fizeram apenas por aplicativos.
Esse comportamento revela a importância de uma abordagem omnichannel para engajar o cliente onde quer que ele esteja.
Por isso, para 2025, é importante que as empresas otimizem suas plataformas móveis e invistam em experiências de compra intuitivas tanto em aplicativos quanto em websites.
Além disso, promoções exclusivas para quem compra via app podem ser um diferencial importante para captar consumidores em ambos os meios e estimular o uso dos aplicativos.
As estatísticas do e-commerce brasileiro em 2024 e as projeções para 2025 mostram um mercado em plena expansão, com oportunidades claras para empresas que souberem capitalizar sobre as preferências e demandas dos consumidores.
A partir das informações trazidas pelo relatório Webshoppers, é possível planejar estratégias mais assertivas e conquistar relevância enquanto marca. Para isso, considere:
- Investir em uma abordagem mobile-first para captar o público que usa aplicativos.
- Oferecer facilidades como frete grátis e checkout simplificado para aumentar as conversões.
- Segmentar campanhas por região para atender as demandas específicas do Nordeste e do Norte.
- Acompanhar o ciclo de renovação da linha branca, destacando produtos de alta eficiência e baixo consumo, se for o tipo de produto que é vendido no seu e-commerce.
Adapte-se às novas demandas, alinhe-se às expectativas dos consumidores e aproveite as oportunidades do e-commerce brasileiro.
O primeiro passo, que é se informar, já foi dado. Agora, para maximizar os resultados e contar com uma estratégia digital completa e orientada a dados, conte com a Adtail.
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