Estratégias de Inbound Marketing continuam dando certo no mundo pós-IA?
Com toda certeza. O que dizem estar na mira da IA é apenas um segmento das principais estratégias de Inbound Marketing usadas globalmente — a busca, especialmente a orgânica.
Mas mesmo nesse ponto a ameaça nem é tão forte assim. Em um artigo recente aqui no blog, mostramos como o ChatGPT, após dois anos de uso, não chega a ter nem 4% do tráfego que o Google tem, segundo a Similarweb.
O ponto principal que precisamos levar em conta ao conversar sobre estratégias de Inbound Marketing é que elas são as principais estratégias do marketing digital.
E assim, entender também que a IA pode — talvez, no futuro, quem sabe… — até dominar um aspecto ou uma ação específica, mas existe todo um oceano de possibilidades dentro dessa área de atuação.
Mas não é só a IA que vem mudando o mundo do marketing digital. O conteúdo mudou, as redes sociais mudaram e o ecossistema de marketing no geral está diferente do que ele era em 2010, com a popularização do Inbound.
No artigo de hoje, vamos nos aprofundar nas mudanças que o Inbound Marketing vem tendo, e entender o que funciona e o que já deixou de funcionar há algum tempo.
Começando:
O que costuma mudar e o que não muda no Inbound Marketing
Você já reparou que todo fim de ano dezenas de páginas e blogs sobre marketing digital começam a falar sobre as “novas tendências” para o ano seguinte?
Raramente você vai encontrar ações e estratégias completamente novas nessas listas, principalmente porque as maiores mudanças no Marketing Digital normalmente vêm de uma vez, e raramente se anunciam de um ano para o outro.
Ou seja: se a tendência é tão disruptiva a ponto de ser incluída em uma lista, ela já deveria estar sendo colocada em prática.
Antes de começar o texto, que vai trazer duas listas, precisamos de um momento mais abstrato e teórico para entender o que costuma mudar no Inbound Marketing ao longo dos anos.
O fator que mais sofre mudanças está relacionado com materiais específicos e oportunidades de lead generation — ou seja: o Topo do Funil.
As formas de engajar o público estão em constante mudança. Antigamente, por exemplo, o Social Media Marketing era aplicado principalmente pelas grandes empresas, enquanto as menores tinham muita dificuldade em gerar leads por esse canal.
Hoje, as maiores empresas investem bastante em Social, mas a estratégia ficou muito mais acessível para pequenas marcas, que preferem investir nesse canal ao invés de trabalhar o combo clássico site + blog + anúncios.
E mesmo dentro do universo Social o conteúdo vem passando por grandes transformações.
O que antes era território principal dos blogs agora está pulverizado entre Instagram, TikTok, YouTube e outras plataformas.
E até o formato desse conteúdo está diferente. Já encontramos verdadeiros ensaios feitos em um carrossel de 10 posts no Instagram, e os podcasts ganharam muita força ultimamente.
O que não costuma mudar são os objetivos por trás da criação desses materiais.
Esses objetivos não estão muito sujeitos a mudanças tecnológicas muito bruscas, como é o caso da produção de conteúdo.
Novos objetivos são encarados com a criação de novas metodologias — ec.: o Inbound e Outbound, quando mais específicos, se tornam ABM.
O surgimento de novas tecnologias de marketing digital geral costuma vir para facilitar a aplicação desses métodos e atingir esses objetivos corporativos. Os objetivos costumam ser:
- Gerar mais visibilidade: estratégias de brand awareness, de aumento de visitantes no site, de impacto social generalizado;
- Gerar mais leads: quais são as estratégias de conversão, como oferecer valor para a conversão, como trackear o comportamento dos leads, como organizar todas as informações em dashboards compreensíveis;
- Gerar mais vendas: como garantir a melhor nutrição dos leads, quais as melhores abordagens de vendas, como fazer uma boa prospecção Fundo de Funil etc.
Ou seja: o clássico Funil de Vendas.
Então estamos entendidos: o que costuma mudar são os recursos usados pelas metodologias, enquanto elas próprias não mudam tanto.
Com isso entendido, vamos conversar agora sobre o que realmente mudou — o que fazia sentido e não faz mais, e o que não vai deixar de fazer sentido por muito tempo.
Estratégias de Inbound Marketing que estão parando de dar certo
Mas agora entramos na segunda polêmica aqui do texto: é bem difícil encontrar qualquer tipo de estratégia de Inbound Marketing que simplesmente pára de funcionar.
Aliás, é muito difícil encontrar qualquer tipo de estratégia de marketing que simplesmente deixa de funcionar de um dia para o outro.
Para você ter uma ideia, a primeira publicação no mundo que citou cupons de desconto, amostras grátis e “nós devolvemos seu dinheiro” foi a Scientific Advertising, escrita por John C. Hopkins em 1923.
E essas estratégias não foram inventadas nesse livro. Hopkins estava no auge da sua carreira na década de 20, e fala sobre como ele as aplicou no século XIX, especialmente entre 1890 e 1910.
Como conversamos, o que costuma se tornar antiquado não são exatamente as estratégias e metodologias, mas práticas e materiais.
Elencamos aqui os 5 principais pontos que já estão ficando ultrapassados há algum tempo dentro do Inbound Marketing, por uma série de motivos. Saiba mais:
SEO/Leadgen só de números
O principal objetivo do SEO e do tráfego orgânico é levar novas pessoas para o seu site, aumentando a quantidade de visitantes.
Isso é o que a estratégia deixa bem claro: quanto mais visitantes, mais leads. Quanto mais leads, mais vendas.
Isso não é mentira nem está se tornando ultrapassado. O que já mudou é que a quantidade de visitantes e leads não é tão importante quanto a qualidade dos mesmos.
Pense só: você está gerando 300 leads por mês, e 50 deles são qualificados.
Se você estivesse gerando 100 leads por mês, estaria gerando cerca de 17 leads qualificados, proporcionalmente. Então gerar mais é bom, certo?
Depende. Se as suas campanhas e material estivessem mais adequados ao seu público alvo, se as suas ofertas de geração de leads estivessem mais condizentes com ele, você poderia gerar os mesmos 300 leads, sendo 200 deles qualificados.
O mesmo vale para visitantes. Não adianta gerar dezenas de milhares de visitas por mês se a maior parte delas vem de uma única fonte — um único blog, por exemplo.
Então, gerar muitos leads e visitantes não é uma estratégia antiquada, mas não entender de onde essas pessoas estão vindo com certeza é.
Exagerar no hype
A Magalu fez uma série de posts sobre o “caso da moça do avião” recentemente, surfando no hype da viralização.
Isso é interessante para a Magalu? Com certeza: sendo uma empresa de varejo, quanto mais ela surfar na onda de viralizações, melhor.
Mas a questão aqui é outra. Com o investimento na publi que a moça do avião recebeu, a Magalu poderia criar diversas estratégias de conteúdo com influenciadores e creators já consolidados.
Isso elimina o principal risco de surfar no hype: a incerteza do futuro e do passado.
A Magalu, por ser rápida demais, não faz a menor ideia de onde a moça do avião veio. Ela deixa de ser uma pessoa e passa a ser mais uma engrenagem na estratégia de marketing da marca.
O que por si só é um grande problema. Pessoas são imprevisíveis. A moça do avião não tem branding, não tem identidade editorial, e por isso não tem o que nós gostamos de chamar de “papas na língua”.
E se a moça do avião for cancelada amanhã? A Magalu, então, está investindo tanto recursos financeiros como recursos imateriais, como a sua reputação, em alguém que não traz nenhuma garantia.
E sem contar que essa estratégia abafou completamente o último case da Magalu, que conseguiu viralizar com uma notificação push de azeite durante a Black Friday.
Instagram só com likes
Por que gastar para criar uma presença no Instagram se tudo o que ela te retorna são likes, alguns comentários e reclamações na DM?
Infelizmente esse é o caso da maioria das marcas com presença nas redes sociais.
Algumas empresas de serviços que investem em conteúdo pesado se beneficiam disso — se a oferta do produto tem um preço acessível e está a poucos cliques de distância do último post, com certeza vale a pena investir na criação de conteúdo no Instagram.
Mas o conteúdo precisa ser interessante o suficiente para ir além do like, e começar a ser compartilhado nos stories.
É isso o que a maioria das marcas com essa característica vêm fazendo.
Veja esse exemplo, do consultório de ginecologia online Oya Care:
Esse conteúdo teve milhares de likes, mas não só: ele também foi compartilhado por centenas de pessoas.
Bom conteúdo nunca sai de moda. Mas ao mesmo tempo, se ele só está gerando likes, é melhor ficar de olho para entender se esse likes não são métricas de vaidade.
Materiais ricos instrucionais e desapegados
A HubSpot começou a lançar e-books em massa em 2010 e até hoje, 15 anos depois, muitas marcas tentam fazer a mesma coisa.
Mas isso está tão fora de moda que, em muitos casos, é melhor nem fazer nenhum tipo de e-book do que lançar materiais “instrucionais” que raramente ensinam algo novo.
E-books caíram em um limbo muito difícil de sair. Para a opinião do público-alvo na maioria dos segmentos (especialmente no B2B) eles já são vistos como completamente inúteis.
A questão é que até os e-books da HubSpot na época eram assim. Sem inspiração, fracos em conteúdo e geralmente sendo apenas uma grande lista de conteúdo que já roda a internet há alguns anos.
Um exemplo interessante de e-books diferenciados está nos que a Leadster lança.
Todo ano, ela junta seus dados e faz um Panorama da Geração de Leads no Brasil, mostrando quais são os canais que mais geraram leads de acordo com os dados dos seus clientes.
Esse ano, ela criou uma premiação própria, com os melhores cases de geração de leads do Brasil. E em 2024, ela criou um jogo interativo com dicas para geração de leads em três canais diferentes.
E a marca de chatbots não é pioneira nisso. A Resultados Digitais faz premiações todo ano no RD Summit, e disponibiliza os cases como um e-book ao final do evento.
E-books precisam melhorar. Eles devem ser contextuais ao seu mercado e à sua marca, serem interessantes e apresentarem algo novo.
Com a IA Generativa, isso se torna ainda mais importante.
Redatores que se sobrepõem à marca
Como conversamos, as principais estratégias de Inbound Marketing que não dão certo estão relacionadas com materiais, e portanto, estão no Topo do Funil.
O maior problema, o verdadeiro causador de tudo o que conversamos até agora, é um problema de compliance, suporte e revisão.
Equipes de marketing são comumente deixadas no território da autogestão, algo bastante complicado e que precisa mudar.
Cada novo profissional que entra traz suas ideias e vieses. Essas ideias precisam se adequar à realidade da marca, não o contrário.
E o redator é o profissional que mais sofre e lucra com essa falta de compliance.
Por serem deixados para desenvolver ideias sozinhos, muitas vezes sem suporte e sem redundâncias no projeto — como outro redator fazendo o mesmo serviço de forma independente — é bastante comum que suas ideias tenham que ser lei.
Porque se elas não forem, a marca não vai ter espaço para pensar e executar outra ideia a tempo.
Isso também é causado por um desinteresse da diretoria no marketing, que só começa a prestar atenção na área depois que algo ruim acontece — uma viralização negativa, um cancelamento etc.
O que ainda dá certo no Inbound Marketing
Bom, até agora ficamos principalmente no Topo do Funil, que traz os elementos mais voláteis dentro de uma estratégia de Inbound Marketing.
Mas agora precisamos conversar mais profundamente sobre as estratégias que sempre deram certo.
O que vamos fazer aqui é simples. Como vamos conversar sobre estratégias e ações de Inbound que já estão em funcionamento, estabelecemos três critérios principais para falar sobre elas.
- Vamos entender o motivo da sua longevidade;
- Vamos entender como ela é aplicada pelo Inbound Marketing hoje;
- Vamos entender quais são as principais mudanças e atualizações que essas estratégias vêm tendo até 2025.
Então, não estamos necessariamente descobrindo a roda, mas apontando quais são as principais ações de Inbound Marketing que foram testadas pelo tempo, e entendendo como o tempo as moldou.
Um glossário rápido. Vamos falar sobre:
- O Funil de Vendas e suas variações;
- Nutrição de Leads e Lead Scoring;
- Híbrido entre Inbound + Outbound (prospecção ativa e anúncios);
- ABM;
- Marketing de Relacionamento no Inbound;
Acompanhe a seguir:
O Funil de Vendas: Estruturas Clássicas e Variações Modernas
O Funil de Vendas é uma das representações mais clássicas do marketing, estruturando o processo de conversão em etapas claras que vão da atração à fidelização.
Sua longevidade no Inbound Marketing se explica pela simplicidade e eficácia em mapear a jornada do cliente.
Hoje, o funil continua sendo amplamente utilizado, mas com adaptações que atendem às novas demandas dos consumidores, como a integração de dados em tempo real e o uso de tecnologias avançadas para criar experiências personalizadas.
Ao longo de 2025, vemos o surgimento de variações modernas, como funis híbridos que incorporam elementos não-lineares, refletindo as escolhas mais fluidas e dinâmicas do público.
Além disso, também vamos ver respostas aos pontos cegos do Funil, que estão ficando cada vez mais abundantes.
- Motivo da longevidade: o Funil de Vendas é uma estrutura básica que facilita a visualização da jornada do cliente;
- Aplicação hoje: com ferramentas digitais, o funil passou a integrar análises detalhadas e personalização em tempo real;
- Mudanças até 2025: o modelo tradicional está sendo complementado por conceitos como funis híbridos e jornadas não-lineares, adaptando-se a consumidores mais exigentes.
Nutrição de Leads e Lead Scoring: A Base do Relacionamento Personalizado
Manter um relacionamento contínuo e relevante com os leads é o que garante o sucesso da estratégia de Inbound Marketing.
A nutrição de leads, combinada com o lead scoring, tem sido fundamental para identificar quais contatos estão prontos para avançar na jornada e quais precisam de mais engajamento.
Com o tempo, essas práticas evoluíram graças à inteligência artificial e às automações, permitindo interações mais precisas e segmentadas.
A tendência é que essas estratégias sejam ainda mais refinadas, com aprendizado de máquina ajudando a prever comportamentos e a personalizar ações de forma ainda mais eficaz.
- Motivo da longevidade: permite comunicação contínua e segmentada, garantindo relevância em todas as interações;
- Aplicação hoje: automações e algoritmos de IA refinam a classificação de leads, ajustando as mensagens conforme o comportamento do cliente;
- Mudanças até 2025: maior uso de aprendizado de máquina para prever conversões e integrar dados omnichannel.
Inbound + Outbound: Quando Prospecção Ativa Encontra Atração
A integração entre Inbound e Outbound Marketing é uma abordagem híbrida que une a força da atração com a eficácia da prospecção ativa.
Essa combinação tem se destacado pela capacidade de ampliar o alcance e aumentar as chances de conversão.
Hoje, as empresas utilizam ferramentas para alinhar essas duas estratégias, otimizando campanhas e garantindo que tanto a nutrição de leads quanto as abordagens diretas estejam conectadas.
A expectativa é de que essa integração se torne ainda mais eficiente, com automações avançadas e segmentações hiper precisas impulsionando os resultados.
- Motivo da longevidade: une o melhor dos dois mundos, ampliando o alcance e aproveitando abordagens complementares;
- Aplicação hoje: campanhas alinhadas combinam inbound para nutrição e outbound para abordagem direta, otimizando resultados;
- Mudanças até 2025: maior sincronização com plataformas de automação e anúncios hipersegmentados.
ABM (Account-Based Marketing): Precisão na Atração e Conversão
O Account-Based Marketing (ABM) é uma estratégia altamente direcionada que foca em contas estratégicas, criando campanhas personalizadas para atender às necessidades específicas de clientes-chave.
Sua longevidade no mercado se deve à sua abordagem precisa, que combina o alinhamento entre marketing e vendas com uma comunicação personalizada.
Hoje, o ABM se beneficia de tecnologias como análise preditiva e dados em tempo real, tornando-o ainda mais impactante.
O ABM continuará a evoluir, integrando inteligência artificial para identificar melhores oportunidades e melhorar a colaboração entre equipes.
- Motivo da longevidade: foco em contas específicas, promovendo estratégias sob medida para clientes estratégicos;
- Aplicação hoje: ferramentas de análise preditiva e conteúdo ultra-relevante tornam o ABM mais eficaz;
- Mudanças até 2025: integração de dados em tempo real e maior alinhamento entre marketing e vendas.
Marketing de Relacionamento no Inbound: Construindo Fãs da Marca
No centro de uma boa estratégia de Inbound Marketing está o Marketing de Relacionamento, que prioriza a construção de conexões duradouras com os clientes.
Essa abordagem busca transformar consumidores em defensores da marca, promovendo não apenas a fidelização, mas também o engajamento contínuo.
Com o avanço das tecnologias de CRM e automação, as empresas conseguem manter uma comunicação consistente e personalizada, mesmo em grande escala.
O Marketing de Relacionamento deve expandir para novos canais, como plataformas de mensagens instantâneas, e apostar em interações mais humanizadas, fortalecendo ainda mais os vínculos com o público.
- Motivo da longevidade: prioriza a fidelidade e a retenção, fundamentais para negócios de longo prazo;
- Aplicação hoje: com tecnologias como CRM e automação, torna-se mais fácil manter uma comunicação personalizada e constante;
- Mudanças até 2025: expansão para canais emergentes, como WhatsApp Business e redes sociais com maior interação humana.
Faça parte da mudança junto com a Adtail
Tudo muda o tempo todo no mundo — já dizia o Lulu Santos.
A maioria das estratégias de Inbound Marketing que não dão certo são principalmente estratégias que vão sendo legadas de muitos anos sem ninguém mudar. E isso acontece por uma série de motivos.
O principal deles é a falta de tempo para acompanhar tudo o que muda o tempo todo. A mudança é gradual, mas você precisa estar o tempo todo acompanhando o que surge de novo para entender o que aplicar na sua estratégia.
E o que não aplicar.
A melhor forma de se manter inovando é contar com uma agência de marketing. Aqui na Adtail, trabalhamos pesado todos os dias para manter as estratégias dos nossos clientes sempre atualizadas.
Venha conhecer nossos cases para entender melhor como podemos te ajudar!
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