Quem trabalha com marketing de conteúdo no Google está ameaçado com o Gemini?
Reformulando a pergunta: quem trabalha com SEO para gerar leads pelo Google vai sofrer com a queda de tráfego que o Gemini pode trazer?
Essa é uma pergunta que é bastante difícil encontrar a resposta exata, porque cada realidade é única.
O Gemini já está aplicado ao Google na forma do AI Overviews, a IA Generativa que cria respostas de acordo com as palavras-chave que os usuários fornecem.
E é justamente essa aplicação que vem assustando os SEOs: se as pessoas tiverem suas dúvidas respondidas diretamente no Google, elas não vão entrar em sites e ler os textos publicados nos blogs.
Ou seja: a queda no tráfego orgânico é vista como inevitável.
Ao longo desse artigo vamos tentar entender melhor como isso vai acontecer. Será que essa queda é real? Será que é pânico? E o que fazer para contorná-la?
Vamos descobrir tudo isso juntos. E agora:
A queda no tráfego orgânico é real?
A maior parte do alarme sobre a queda do tráfego orgânico por conta da IA é, pelo menos até o momento, anedótica.
Ou seja: a experiência de outras pessoas, relatos de marcas que estão perdendo tráfego e a hipótese de que essa queda está relacionada com a IA.
Mas isso não significa que a queda no tráfego orgânico não é real. Na verdade, essa é a forma que temos de analisar as oscilações, já que não há dados do próprio Google que mostram a preferência das pessoas pela IA ou não.
Mas ao mesmo tempo, já existem alguns estudos mais formais e algumas notícias que apontam o caminho do futuro. E esse caminho indica sim uma queda.
Separamos aqui alguns artigos que corroboram com essa ideia.
Primeiro, há um estudo da Gartner que diz que podemos esperar uma queda de pelo menos 25% nas buscas orgânicas até 2026.
Depois, vamos conversar sobre os resultados do Google e a sua correlação com o ChatGPT, um artigo da Seer Interactive.
E por fim, a opinião do portal SearchEngineLand em alguns artigos sobre o tema.
Essa é a melhor forma de tentar entender se a queda no tráfego orgânico vai realmente acontecer, se ela já está acontecendo e o que podemos esperar do futuro.
Mas com um aviso rápido: tudo isso são predições isoladas, que tomam como base principalmente o surgimento e uso das IAs, sem pensar em outros fatores externos que ainda podem surgir.
Vamos para a análise:
Gartner — queda no tráfego orgânico de 25% até 2026
“A busca orgânica e paga são canais essenciais para profissionais de marketing e tecnologia que estão buscando aumentar sua visibilidade e alcançar seus objetivos de geração de demanda. A IA Generativa está se substituindo as pesquisas dos usuários que seriam executadas em motores de busca tradicionais. Isso vai forçar empresas a repensar suas estratégias e canais de marketing” — Alan Antin, VP Analyst na Gartner, tradução livre.
A predição da Gartner está bastante pautada em uma opinião — as IAs vão substituir o Google simplesmente pelas suas funcionalidades.
A queda que o release traz vem de um índice “imaginado” — ou seja, não há um estudo qualitativo ou mesmo quantitativo para explicar esse índice, é a opinião profissional dos analistas da própria Gartner.
É importante levar esse ponto em consideração porque a Gartner já errou antes. Em uma ocasião, ela chegou inclusive a mencionar que 50% dos consumidores ia abandonar as redes sociais até 2025.
O tempo passou e isso não chegou nem perto de acontecer. Na verdade, em 2023 e 2024, a mudança do Twitter para o X causou comoção mundial.
Então, o argumento faz bastante sentido: as pessoas vão parar de usar o Google porque o ChatGPT já responde tudo.
Mas infelizmente o artigo não oferece bases sólidas o suficiente para chegarmos na mesma conclusão.
Leia o artigo completo aqui no link, em inglês.
Seer Interactive — a parametrização de links no ChatGPT
Na busca por entender se a queda no tráfego orgânico vai acontecer/está acontecendo, precisamos também entender se as pessoas realmente estão usando as IAs para fazer suas pesquisas.
Isso é bastante difícil de entender, na verdade. No Google tradicional, onde o usuário clica no link e vai para um site, é tudo muito bem trackeado com o GTM e os eventos do GA4.
Aliás, você nem precisa configurar eventos ou Tags do Tag Manager. O Google já faz esse trabalho automaticamente.
As IAs são bastante diferentes nesse ponto. Elas estão inseridas na categoria Dark Traffic — aquele que acontece no seu site sem que você saiba de onde ele veio exatamente.
A análise da Seer Interactive passa justamente por esse tráfego escondido. Em alguns casos, especialmente quando o ChatGPT oferece uma citação, há a adição de um UTM no link, que então aparece no Google Analytics como uma fonte de tráfego.
O código UTM adicionado, nesses casos, é “utm_source=chatgpt.com.”
🔎 Se você quiser saber mais sobre UTMs e parametrização de links, acesse esse artigo aqui no blog.
No fim das contas, o artigo destaca que ainda é muito cedo para identificar o tráfego vindo diretamente das IAs, mas que o ChatGPT já apresenta em alguns casos a funcionalidade de parametrização.
Ou seja: é possível saber, em alguns casos, que o tráfego veio do ChatGPT, mas ainda não há um modelo consistente o suficiente para fazer essa análise.
Então, é interessante colocar em prática algumas estratégias para captar essas informações, na medida do possível, e começar a entender se o seu tráfego na verdade não está “sumindo”, mas sim sendo substituído pelo Dark Traffic das IAs.
Leia o artigo na íntegra aqui, em inglês. Vale muito a pena.
É necessário se preparar para a queda no tráfego orgânico — Search Engine Land
Como você pode perceber, esses dois artigos até agora foram um pouco inconclusivos.
E nesse caso também. A Search Engine Land tem vários artigos falando exatamente sobre a IA e uma possível queda no tráfego orgânico, mas nenhum deles traz provas conclusivas que esse tráfego realmente vai cair.
Porém, é importante ressaltar que nesse caso, a opinião dos autores dos artigos vale tanto quanto uma prova definitiva — até porque a única prova definitiva de que a que da no tráfego orgânico vai acontecer é a própria queda.
No artigo “How will AI impact the future of search”, a Search Engine Land está partindo da premissa que o tráfego vai sofrer quedas sim.
A principal tese desse artigo não é que a IA vai fazer o tráfego orgânico diminuir. Segundo o autor, a IA vai transformar completamente o próprio cenário de search.
“A IA não só melhora a busca — ela se antecipa às nossas necessidades, muitas vezes antes de nós até as articularmos. Ela faz mais do que entender a intencionalidade do usuário. Ela também traz personalização aos motores de busca. Ao analisar dados passados de usuários, como localização e histórico de buscas, a IA consegue prever preferências futuras dos usuários dos motores de busca” — Search Engine Land.
Como entender se você está perdendo tráfego por conta da IA?
Pelo que vimos até agora, é bastante complicado dizer exatamente se a queda no tráfego orgânico vai acontecer como esperado ou não.
A verdade é que o Google tem planos para expandir sua atuação com IA ao longo de 2025, e a lógica nos diz que isso vai causar uma queda no tráfego orgânico sem a menor dúvida.
Houve uma queda, por exemplo, a cada novo featured snippet que o Google adicionou ao buscador ao longo dos anos. Houveram quedas até quando o Google passou a adicionar o YouTube como fonte nas buscas.
Porém, é importante ter um método para identificar essas quedas no tráfego orgânico. Elas podem acontecer de forma gradual ou súbita, e estar por cima do que está acontecendo te coloca na posição de estrategizar os próximos passos.
Identificando a queda no início do ano, por exemplo, te permite descentralizar a produção de conteúdo, pulverizando sua estratégia não só em blogs, mas também em social, no YouTube e em outros canais.
Você precisa pensar em três passos simples para identificar a queda no tráfego orgânico. São eles:
- Análise direta no Google Analytics;
- Análise nas SERPs;
- Análise nas próprias IAs.
Vamos expandir cada um desses pontos agora:
Análise direta no Google Analytics
Se você quer saber se o seu tráfego foi impactado, o melhor a se fazer é criar um comparativo simples no Google Analytics.
Pegue um período pré-IA e faça um comparativo com um período pós-IA. Não tem muito segredo.
Para números absolutos, a própria dashboard inicial do Google Analytics já te fornece as informações que você precisa.
Mas você pode fazer sua análise de um jeito mais avançado.
Vá na aba “Páginas e Telas”, disponível no menu “Engajamento”. Nessa área, você tem acesso às suas visualizações no site não de forma absoluta, mas página por página.
Aqui, é possível ver as oscilações diretamente em cada página. Vamos supor que a sua página com a maior quantidade de visitas era um blog sobre “como fazer traço de concreto”.
Em 2024, essa página específica teve 100.000 visualizações no total, entre novos usuários e os recorrentes.
Fazendo o comparativo de datas, você percebeu que esse mesmo texto teve 180.000 visualizações em 2023 — uma queda de 20%.
Então, é possível que essa página específica tenha sido atingida pela IA. Mas para ter certeza, você vai precisar seguir o próximo passo:
Análise específica na SERP
Nesse caso específico, você pode colocar as palavras-chave que colocam seu artigo no topo direto no Google e analisar a página de resultados você mesmo.
No nosso exemplo, use palavras-chave como “como fazer concreto”, “traço de concreto” e “como fazer traço de concreto” e analise os resultados que aparecem.
Se você perceber a IA do Google oferecendo respostas e seu tráfego caiu justamente no texto analisado, é bem possível que a IA está impactando no seu tráfego orgânico.
Esse é um jeito simples de tirar a prova. Existem outros fatores que podem estar influenciando, como você ter ganhado ou perdido posições nos buscadores, mas a presença da IA junto com a queda repentina é um ótimo indicador do que está acontecendo.
Também é interessante checar o resultado da própria IA, para entender se você está tendo algum link ou referência na resposta pronta.
Vamos conversar melhor sobre isso logo abaixo:
Análise direto na IA
O terceiro passo para o seu diagnóstico é analisar a própria IA para entender quais são os resultados que ela está oferecendo, e se o seu resultado faz parte dos links sugeridos.
Essa parte do trabalho ainda é bastante rudimentar, na verdade. Você vai precisar checar no ChatGPT e no Gemini por palavras-chave relacionadas ao que você vem publicando, e a partir disso, ver as referências que elas oferecem.
Se a sua não aparece nunca e você está enfrentando uma queda no tráfego orgânico, é bem possível que a IA esteja mesmo te impactando.
Nesse caso, você vai precisar não competir com a IA, mas sim buscar formas de aparecer nesses resultados.
A melhor maneira de fazer isso hoje é continuar publicando conteúdo no Google, mas com uma otimização diferente, que leva em consideração não só os preceitos mais básicos de SEO, mas também um pouco de AIO — Otimização para IA.
Essa otimização não é complicada. Você vai precisar fazer poucos ajustes na estrutura do texto que você já está acostumado a fazer, e acrescentar o máximo possível de informações e dados concretos.
Voltando ao exemplo do traço de concreto. Você pode otimizar esse texto para a IA colocando tabelas e fazendo uma transcrição dela.
Se nenhum outro texto oferece uma tabela tão completa como a sua e uma explicação tão clara, você tem muitas chances de ser lido pela IA e referenciado por ela.
Bom, esses três pontos que observamos aqui falam principalmente sobre como identificar a queda no tráfego orgânico.
Agora precisamos conversar sobre um outro assunto: o que fazer com essa queda identificada?
Além de buscar formas de aparecer na IA, algo que por si só já transforma bastante o SEO tradicional, também é necessário ampliar sua atuação editorial — se colocar em outros canais, principalmente.
É sobre isso que vamos conversar agora. Vamos juntos:
Como ampliar sua atuação editorial em três passos simples
O único remédio para a queda no tráfego orgânico é a ampliação da sua variedade editorial.
A IA Generativa teve, tem e ainda vai ter grandes impactos em todo o marketing digital, principalmente na área criativa.
Mas o SEO é de longe a área mais afetada.
Pense no YouTube, por exemplo. Por lá, o uso ou não de IA nos vídeos é completamente irrelevante para o usuário até o momento em que ele clica no vídeo e o assiste.
E em muitos casos, o usuário não está nem sabendo que a IA foi usada na confecção do vídeo em questão.
No caso do SEO, é como se alguém fosse assistir um vídeo, e aí surgisse uma IA que faz uma transcrição dos seus principais pontos, para que o usuário nem precise assisti-lo.
Então, profissionais de marketing, especialmente na área de geração de demanda e geração de leads — as que mais usam o tráfego orgânico — precisam muito de variação agora.
Vamos conversar aqui sobre três canais para expansão do seu marketing de conteúdo, e também como começar a trabalhar esses canais:
- YouTube;
- Influencers;
- LinkedIn (para B2B).
Começando agora:
Marketing de conteúdo para YouTube
Se o SEO realmente morrer com a IA, como dizem vários gurus e “especialistas” por aí, o YouTube com certeza é o seu primeiro herdeiro.
O YouTube tem tudo para assumir o manto do SEO, já que ele oferece a possibilidade de criação de conteúdo longo formato, algo que a maioria das outras plataformas ou não oferece (como é o caso das redes sociais) ou nem serve para isso.
O marketing de conteúdo ainda é e sempre vai ser um ótimo motor para o tráfego orgânico, mas esse motor depende de conteúdo longo formato.
Isso porque as dúvidas que as pessoas buscam responder através do Google e do próprio YouTube costumam ser mais complexas. Respostas complexas exigem conteúdo longo formato.
A melhor forma de começar no YouTube é criando um calendário editorial e frentes de publicação, da mesma forma que você faria em um blog.
A pesquisa de palavras-chave pode ser feita da mesma forma que no blog — usando ferramentas especializadas como o SemRush ou o Google Keyword Planner. Temos um texto que detalha esse processo aqui.
É interessante seguir os mesmos preceitos do marketing de conteúdo aqui, como:
- Criação de frentes editoriais;
- Criação de personas específicas para cada frente de conteúdo;
- Community management, com respostas para todos os comentários;
- Parcerias com outros criadores;
- Proofreading e atualização de conteúdo antigo;
A ideia é que as pessoas assistam o vídeo e depois entrem no seu site. Então, o conteúdo também precisa seguir os preceitos básicos de geração de leads, oferecendo sempre CTAs tanto ao longo do vídeo quanto na descrição.
Esse trabalho requer investimento. Transformar um artigo de blog em um vídeo é simples e pode ser feito inclusive com uma IA.
Mas a gravação desse material é mais complexa, e exige pelo menos:
- Câmera;
- Microfone;
- Boa iluminação;
- Ambiente isolado acusticamente;
- Editor de vídeos dedicado.
Influencer marketing
Colaborar com influencers é uma estratégia poderosa para diversificar sua presença digital e alcançar novos públicos.
Esses profissionais já possuem audiências engajadas e confiáveis, o que pode alavancar o impacto das suas campanhas.
Para isso, é importante alinhar sua marca com influencers cujo público esteja em sintonia com o perfil dos seus clientes ideais.
- Escolha os parceiros certos: priorize influencers que compartilhem valores semelhantes aos da sua marca e tenham engajamento genuíno;
- Crie conteúdos colaborativos: ao invés de apenas patrociná-los, co-crie materiais que misturem sua expertise com a autenticidade do influencer;
- Monitore resultados: use métricas como alcance, engajamento e conversões para avaliar o sucesso da parceria e ajustar estratégias futuras.
Investir em parcerias com influencers pode ser uma via de mão dupla: eles ampliam seu alcance, enquanto você oferece relevância e valor ao público deles.
LinkedIn para B2B
O LinkedIn é o melhor espaço para marketing de conteúdo voltado ao público corporativo (B2B).
Com a possibilidade de atingir tomadores de decisão, ele permite não apenas promover sua marca, mas também gerar leads qualificados.
- Publique conteúdos de valor: artigos, estudos de caso e whitepapers que demonstrem sua expertise na área.
- Aposte em anúncios segmentados: o LinkedIn Ads permite direcionar campanhas para cargos, indústrias e empresas específicas.
- Engaje com a rede: interaja em posts, participe de grupos e incentive a troca de ideias para aumentar sua visibilidade.
Uma estratégia consistente no LinkedIn pode posicionar sua marca como referência no mercado e criar um pipeline de leads que realmente convertem.
Em tempos de mudança, conte com profissionais
O SEO está mudando.
Independente da queda no tráfego orgânico e o seus índices presumidos, ainda assim é seguro dizer que o cenário da busca orgânica está mudando bastante, e bem rápido.
Você precisa de uma agência especializada para lidar com essa situação.
Isso porque as variáveis que impactam a queda no tráfego orgânico podem ser bastante variadas. Talvez os motivos que levam à queda sejam completamente diferentes dos que você esteja imaginando.
Conte com a Adtail para te ajudar a diversificar seus canais de conteúdo. Esse é o momento ideal para isso.
Comece com uma consultoria simples. Juntos, vamos analisar o seu cenário e chegar nas melhores conclusões para a sua realidade.
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