
A internet no modelo HTML foi construída para a interação humana. E o AIDI é o framework que pretende transformá-la em um ambiente seguro para a Inteligência Artificial.
Mas por que? Os motivos podem parecer técnicos a uma primeira análise, mas a verdade é que as explicações para o novo framework é mais simples do que parece.
Acontece que o HTML é uma linguagem mark-up, feita para humanos. O código-fonte dos sites deixa isso claro: ele existe para organizar a página aos olhos humanos.
Nós precisamos de estímulo visual, mas mais do que isso: de estímulo visual específico.
Se eu te descrever uma tabela, você consegue visualizá-la perfeitamente no seu cérebro, dependendo da sua complexidade. Mas acompanhar a leitura é muito desconfortável.
O HTML organiza essa tabela de um jeito que fique mais simples para os humanos lerem. A questão é que a IA não precisa disso.
Nesse texto, vamos entender melhor o que essa diferenciação significa para a internet que conhecemos, e quais são os futuros possíveis dela.
Vamos lá?
A eficiência das IAs X a eficiência dos humanos na internet

Para entender a necessidade de um novo padrão web, precisamos entender também o momento que estamos vivendo hoje.
A Inteligência Artificial é muito melhor do que humanos para analisar e entender dados. Disso já sabemos. Mas além disso, a IA é melhor até para pesquisas no geral, feitas por humanos mesmo.
Ou seja: se você buscar por algo na internet, a melhor forma de fazer essa busca hoje — e também a mais rápida — é através da IA.
A IA me permite fazer todo o processo de descoberta, identificação e compra de uma forma altamente contextual. Se eu não entendo o produto totalmente, eu posso ter uma aula com a IA ao mesmo tempo que comparo opções.
Enquanto na web tradicional, eu vou precisar aprender sobre o produto, testar esses conhecimentos durante a busca, fazer uma lista de produtos manualmente e só aí me decidir sobre ele.
E isso, é claro, levando em conta que a maioria dos textos que explicam as funcionalidades desses produtos são criados para SEO, e não costumam explicar muito sobre o próprio produto.
Ou seja: a IA é melhor que os humanos na hora de pesquisar. Portanto, os humanos vão usar a IA para isso.
Mas o que esse assunto tem a ver com o framework AIDI, e quais são as limitações da IA em relação ao HTML?
Vamos entender melhor essas duas questões no tópico logo abaixo:
Por que o HTML é problemático para as IAs

Além do HTML trazer elementos que são praticamente inúteis para a IA, ele também vem com um outro problema: o padrão dificulta a leitura pela própria IA.
O HTML é uma linguagem muito baseada na interação direta entre web e um humano. Veja um exemplo: para saber o quanto você será cobrado de frete por um produto, é necessário colocar o seu CEP em um formulário, que faz o cálculo.
Se esse formulário estiver com problemas não muito graves no código, ele ainda vai exibir o valor do frete para o usuário, mas pode não funcionar para a IA.
Além disso, vários sites têm captchas instalados barrando especificamente as IAs de pesquisarem nele.
E ainda há problemas gerais que envolvem tanto o modelo HTML quanto o texto. Há alguns “atalhos” que nós entendemos perfeitamente, mas que a IA pode não entender. Por exemplo: o preço de um produto incluído apenas na imagem, mas não aparecendo no texto.
Logo abaixo, vamos citar os principais problemas técnicos que o HTML apresenta para as IAs. Acompanhe:
O HTML não foi feito para máquinas interpretarem
O HTML nasceu para navegadores que mostram pixels para humanos, não para modelos que precisam entender função, hierarquia e intenção.
Isso cria um primeiro obstáculo: o HTML descreve estrutura, não significado.
Um <div> não informa propósito — a IA precisa inferir tudo a partir de pistas espalhadas.
O segundo problema é a dependência da interação humana. Formulários, cálculos de frete, steps, modais e simulações existem para pessoas, não para agentes.
A IA precisa reconstruir estados da página e lidar com scripts que só funcionam em cenários humanos. Pequenos erros que passam despercebidos no navegador quebram completamente a leitura do modelo.
O terceiro ponto é o bloqueio proposital: captchas, scripts ofuscados, conteúdos que só aparecem após ação. Para o usuário, a página funciona. Para a IA, ela simplesmente não existe.
E ainda há a semântica inconsistente. Preços em imagens. Dados carregados tarde. Hierarquia visual que não corresponde ao DOM. Tudo intuitivo para o humano, opaco para a máquina.
Por isso o HTML não escala para leitura por IAs. Ele nunca foi projetado para isso — e agora começa a mostrar suas limitações.
O que é o AIDI? E como ele é uma resposta ao HTML?

O AIDI é uma sigla para AI-driven interface, ou seja: uma interface web criada levando em conta a experiência da IA navegando na internet.
É importante entender que a diferença entre AIDI e HTML não está na sintaxe — no tipo de código utilizado, nos comandos etc.
O AIDI na verdade é uma nova forma de construir a internet, saindo do paradigma clássico do mark-up — que é código representativo — para uma web com foco na intencionalidade.
Importante: o AIDI ainda não existe. Ele está sendo imaginado como uma nova forma de apresentar sites na web.
Logo abaixo, vamos conversar mais sobre suas particularidades e a necessidade de implementá-lo para facilitar a pesquisa pelas IAs.
Acompanhe:
AIDI redefine a lógica da web ao priorizar intenção, não marcação
A grande mudança do AIDI começa na ruptura com o paradigma do mark-up. O HTML descreve a forma: onde fica um bloco, como ele se organiza visualmente, qual tag o representa.
O AIDI descreve o propósito daquele bloco, o que ele significa para quem o interpreta e como deve reagir a diferentes contextos.
Essa troca tira a web do território de instruções rígidas e leva para uma camada declarativa, interpretada por agentes inteligentes que entendem semântica.
Em vez de <section>, o AIDI descreve “apresentar catálogo com foco em comparação”. Em vez de <button>, descreve “ação primária com baixo atrito”. É uma web que nasce para ser interpretada — e não apenas renderizada.
Diferente do HTML, o AIDI é nativamente legível por IAs
O HTML sempre assumiu que a leitura final seria humana, mediada por um navegador. Isso gerou décadas de gambiarras semânticas, de atributos descritivos a microdados, passando por guidelines de acessibilidade e ARIA roles.
Tudo tentando ensinar significado a uma linguagem que não nasceu para isso.
O AIDI elimina essa camada de tradução. Sua proposta é que a própria estrutura já seja compreensível para a IA, sem interpretação posterior. A IA não precisa adivinhar o que um bloco faz; o AIDI descreve sua função explícita. Essa clareza reduz erro, melhora o crawling, melhora o ranqueamento e elimina o custo computacional da dedução semântica.
A web AIDI seria dinâmica por padrão, e não estática por design
O HTML presume páginas estáticas que mudam apenas quando o usuário interage. O AIDI presume interfaces vivas, que se ajustam automaticamente conforme contexto, dispositivo, intenção de busca, perfil do usuário e condições da sessão.
Em vez de CSS, breakpoints e media queries, o AIDI define prioridades: “maximizar legibilidade”, “otimizar fluxo de compra”, “reduzir profundidade de navegação”.
O agente de IA resolve a implementação, reorganizando a interface como um sistema maleável. Isso desloca o front-end do campo da codificação para o campo da orquestração.
O AIDI resolve limitações históricas do HTML para indexação e pesquisa
O HTML funciona bem para humanos, mas mal para agentes. Formulários, cálculos de frete, dados escondidos em imagens, scripts que carregam conteúdo tardiamente, inconsistências de DOM — tudo isso gera atrito para IAs que precisam mapear a web com precisão.
O AIDI surge como resposta direta. Ele promete uma superfície estável, sem ruído visual, sem dependência de eventos humanos e sem ambiguidades semânticas.
Cada elemento existe com um propósito claro, o que reduz drasticamente as falhas de leitura e libera o potencial de uma indexação muito mais profunda e precisa.
AIDI é uma proposta de reconstrução da internet para a era dos agentes
O ponto final é o mais importante: o AIDI não é apenas “um novo HTML”. É uma nova engenharia para uma web onde agentes e modelos participam ativamente da navegação. Em vez de páginas para humanos e crawlers adaptados como gambiarra, o AIDI estrutura a web desde o início para interação máquina–máquina.
Isso significa menos retrabalho, menos camadas paralelas, menos duplicação de conteúdo e mais consistência. É uma web que não depende de layout para comunicar sentido.
É uma web feita para ser interpretada, combinada e reconstruída por IAs — e só depois renderizada para humanos, quando necessário.

A verdade é que o AIDI hoje ainda é mais uma curiosidade para a maioria das pessoas, e não algo que está acontecendo agora.
Poucos developers estão pesquisando o assunto, e ele ainda precisa de muita evolução até por parte das IAs para fazer sentido.
Mas como tudo está andando muito, muito rápido, é importante conhecê-lo, especialmente se você trabalha com e-commerces.
Temos um outro texto que trata de um assunto mais urgente aqui no blog, que já está inclusive sendo implementado: o llms.txt. Acesse logo abaixo:
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