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Marketing

Como fazer sprints de marketing?

Sprints de marketing são bastante necessárias para organizar a produção. Mas elas são bastante únicas. Saiba mais.
Como fazer sprints de marketing?
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Como fazer sprints de marketing?

Sprints de marketing são bastante necessárias para organizar a produção. Mas elas são bastante únicas. Saiba mais.
Como fazer sprints de marketing?

As sprints de marketing são, acima de tudo, adaptações. Isso é o que o marketer precisa entender bem antes de começar a planejar os primeiros passos da atividade. 

Isso porque as sprints são parte do framework SCRUM, que se enquadra muito mais nas particularidades do desenvolvimento de sistemas e aplicativos.  

Mas o conceito em si, além da própria metodologia SCRUM, não são exclusivos ao desenvolvimento de sistemas. E as sprints muito menos: elas são usadas de várias formas e em vários contextos. 

As sprints de marketing são, geralmente, focadas em acelerar a produção de um material específico. Mas elas também podem ter outras funções, sendo inclusive a própria base de produção do departamento de marketing, em alguns casos. 

Hoje vamos conversar melhor sobre sprints e o SCRUM, buscando entender como adaptar esses conceitos para a produção de marketing. Tudo pronto? 

Entendendo melhor as sprints e o SCRUM

Uma sprint, segundo o PMBOK, é um esforço conjunto conduzido por uma equipe delimitada dentro de um espaço de tempo definido. 

Essa time-box, que é o espaço de tempo definido, tem a duração que for necessária, mas geralmente gira em torno de uma semana. A maioria das sprints, aliás, dura exatamente uma semana. 

As sprints são parte do framework SCRUM, muito utilizado por desenvolvedoras de software. 

É interessante pensar no motivo do SCRUM e especialmente as sprints terem sido adotadas com tanto fervor por esse setor empresarial. Por não terem linhas de produção físicas, os gestores precisaram criar uma linha imaginária. 

O SCRUM surge para cumprir esse papel. Ao invés de estações de trabalho físicas em uma fábrica, cada trabalhador, independente do cargo, ocupa uma posição em uma linha de produção abstrata, que existe dentro do sistema em que ela foi criada. 

Geralmente esse sistema é o JIRA, elaborado pela Atlassian. No marketing, usamos sistemas similares, porém mais simples, como o Trello, ClickUp, Rock Content Studio etc. 

Alguns detalhes maiores sobre o SCRUM antes de iniciarmos no assunto sobre as sprints no marketing: 

A lógica por trás do SCRUM antes de entrar nas sprints

O SCRUM cumpre o papel de organizar essa linha imaginária. Ele distribui responsabilidades, define pontos de controle, cria cadência e mantém o time alinhado sobre o que está sendo entregue. 

A sprint entra como o “recorte” temporal dessa linha: um espaço delimitado onde a equipe combina o que será feito e entrega o que foi prometido.

Sistemas como o Jira tornam esse fluxo visual. No marketing, usamos variações mais simples — Trello, ClickUp, Rock Content Studio — mas todos seguem a mesma lógica: organizar o trabalho como se fosse uma linha contínua de produção, mesmo quando o produto é abstrato.

As responsabilidades do SCRUM incluem:  

  • Estruturar o quadro como uma linha de produção clara (Backlog → Doing → Review → Done);
  • Atribuir papéis equivalentes ao time tech: responsável, revisor, aprovador;
  • Definir um ciclo fixo para medir previsibilidade e capacidade da equipe;
  • Padronizar o tipo de entrega que cabe dentro de uma sprint;
  • Garantir revisões constantes, como ocorre no sistema de desenvolvimento ágil.

Por que as sprints funcionam e se tornaram padrão

Sprints funcionam porque criam cadência e reduzem incerteza. Ao colocar o trabalho dentro de uma time-box — normalmente uma semana — o time deixa de atuar de maneira reativa. Tudo passa a seguir uma lógica de fluxo: o que entra, o que sai, o que trava.

Esse modelo reduz o volume de interrupções e organiza a colaboração. Como todos sabem o início, meio e fim do ciclo, há um senso de ritmo. 

O time trabalha com foco, porque tudo o que está dentro da sprint precisa ser entregue, enquanto o restante espera o próximo ciclo.

Para setores sem linha de produção física, como marketing, isso é crucial. Em vez de ter demandas soltas e urgências intermináveis, você cria períodos de estabilidade que aumentam a qualidade e diminuem a dispersão.

Geralmente, as Sprints têm as seguintes preocupações: 

  • Definir metas objetivas para cada sprint (ex: “3 artigos + revisão de pauta + atualização de landing”);
  • Reunir o time antes de cada sprint para alinhamento (planning);
  • Evitar inserir novas demandas no meio do ciclo;
  • Fazer dailies rápidas: o suficiente para destravar o andamento;
  • Encerrar com uma retrospectiva focada no processo, não na culpa.

Quando o SCRUM perde força e precisa ser adaptado ao marketing

O SCRUM nasceu para desenvolvimento, não para campanhas, branding ou conteúdo. Isso significa que algumas partes do framework quebram se aplicadas literalmente em marketing.

Sprints funcionam bem quando há previsibilidade, mas campanhas e conteúdos muitas vezes dependem de aprovações externas, análises de dados, revisões longas e tendências que mudam rápido.

Não é raro times de marketing descobrirem que sprints puras adicionam burocracia ao invés de eficiência. 

Por isso, é comum ver adaptações: sprints híbridas, kanban misturado com backlog semanal, ciclos de conteúdo próprios e até squads paralelos só para demandas urgentes.

Como aplicar isso no marketing de forma realista:

  • Ajustar o tamanho da sprint conforme a natureza do trabalho (5, 7 ou 10 dias);
  • Separar “demanda recorrente” de “projetos especiais”;
  • Criar espaços fixos para aprovações externas, evitando travar o fluxo;
  • Permitir um percentual de capacidade reservada para urgências;
  • Usar métricas de fluxo (throughput, lead time) além das metas criativas.

Como fazer uma sprint em 5 passos

Veja bem: ainda não vamos tratar de como fazer as sprints no marketing aqui nesse tópico, apenas sobre como fazer sprints no geral por enquanto. 

No próximo tópico vamos abordar melhor as adaptações que uma sprint padrão precisa sofrer para ser aplicada ao marketing. 

Por enquanto, vamos seguindo no entendimento do que a sprint realmente é, para depois conseguirmos trabalhar quais são as diferenças na sua aplicação para fins de marketing. 

Acompanhe: 

Definição do objetivo

Uma sprint começa com um acordo absoluto sobre o que precisa ser alcançado. Esse alinhamento não é conceitual — é operacional. 

A equipe determina uma meta singular, clara e mensurável, que será perseguida de forma agressiva dentro de um intervalo curto. Sem essa definição, a sprint se fragmenta. Com ela, tudo se organiza: o escopo, o ritmo, o foco e a priorização. 

É a etapa que elimina ambiguidade e transforma intenção em direção.

  • Escolha de um único objetivo mensurável que concentra todos os esforços;
  • Conversão da meta em um critério de sucesso verificável (métrica, KPI ou marco);
  • Determinação do prazo total e da intensidade esperada da entrega;
  • Acordo entre todas as áreas para evitar conflitos de prioridade durante o ciclo;
  • Verificação do que já existe, do que está faltando e do que será criado inteiramente do zero.

Priorização do backlog

Com o objetivo definido, a equipe mergulha no backlog e o destrincha com brutalidade pragmática. 

Somente o que contribui diretamente para o resultado entra no sprint — todo o resto é descartado ou adiado. 

Essa etapa cria clareza e delimita o que, de fato, será entregue, transformando grandes iniciativas em tarefas pequenas, encadeadas e viáveis dentro do tempo. 

É o momento de organizar complexidade e eliminar ruído.

  • Listagem de todas as tarefas relacionadas ao objetivo central;
  • Corte imediato de atividades paralelas, periféricas ou “nice to have”;
  • Fatiamento das tarefas em blocos menores e executáveis sem gargalos;
  • Identificação de dependências críticas que definem a ordem do trabalho;
  • Atribuição de responsáveis e micro-deadlines dentro do sprint.

Execução diária

A execução é o coração do sprint: rápida, cadenciada e implacável. Cada dia começa com ajuste fino, identificação de bloqueios e avanço do fluxo. 

A equipe opera em modo de alta entrega, sem interrupções desnecessárias e com foco integral no que foi definido. 

A disciplina aqui é mais importante que a velocidade — a cadência de pequenas entregas diárias garante que o sprint não desmorone

  • Reuniões curtas para revisar progresso e remover impedimentos;
  • Entregas contínuas, mesmo que parciais, para não acumular risco;
  • Comunicação objetiva: nada de discussões extensas ou desvios de escopo;
  • Monitoramento constante das tarefas para manter o fluxo linear;
  • Reorganização imediata quando surgem bloqueios ou dependências inesperadas.

Testes e validação

Antes do encerramento, tudo precisa funcionar — não no papel, mas no ambiente real. 

Essa fase garante que as entregas não apenas existam: elas geram impacto. 

Testes, ajustes, revisões e microcorreções acontecem em ritmo acelerado para garantir estabilidade e coerência. É o momento em que a equipe transforma output em resultado utilizável.

  • Testes de campanhas, automações, páginas, fluxos ou integrações;
  • Validação de performance inicial com dados reais;
  • Ajustes rápidos para corrigir inconsistências, erros ou desalinhamentos;
  • Verificação de usabilidade, mensagem, design e coerência técnica;
  • Registro do comportamento das entregas para aprendizado posterior.

Encerramento e aprendizado

O ciclo termina com uma revisão profunda e honesta: o sprint cumpriu o objetivo ou não? A equipe confronta o planejado com o realizado, identifica a causa dos desvios e coleta aprendizados. 

Esse fechamento não é burocrático: ele define a evolução do time. Cada sprint deixa a equipe mais rápida, mais organizada e mais eficiente, criando um loop permanente de melhoria.

  • Avaliação da meta versus resultado alcançado;
  • Identificação do que funcionou e deve ser mantido;
  • Identificação do que falhou e precisa ser reescrito no próximo ciclo;
  • Revisão da priorização, tempo, escopo e distribuição de responsabilidades;
  • Registro formal dos aprendizados para melhorar o sprint seguinte.

Como fazer sprints no marketing? 

Como entendemos, o processo de fazer sprints precisa de adaptações quando levado para o marketing. 

Nem todo trabalho precisa estar tão bem documentado e seguir todos os processos que as sprints exigem. 

Nos próximos tópicos, vamos entender como esses passos podem ser adaptados para uma rotina de marketing. Acompanhe: 

Definição do objetivo de marketing

Uma sprint de marketing não pode nascer de um objetivo vago (“melhorar o tráfego”, “vender mais”). 

Ela precisa traduzir marketing em um resultado operacional, mensurável e alinhado a um canal, uma campanha ou uma etapa do funil. 

O objetivo precisa comportar sazonalidade, alocação de verba, capacidade da equipe e restrições de mídia. É uma combinação entre foco técnico (o que vamos entregar) e foco estratégico (por que isso importa para a marca agora).

  • Transformação da meta de marketing em uma métrica controlável (CPL, CTR, CAC, taxa de aprovação criativa, páginas publicadas, flows ativados);
  • Ajuste do objetivo ao funil correto: awareness, consideração, conversão, retenção.
  • Definição do impacto esperado dentro da janela da sprint (ex.: “aumentar 20% os leads qualificados em 10 dias”);
  • Checagem do cenário externo: sazonalidade, competição, restrições de verba;
  • Alinhamento com vendas, operações e branding para evitar desencontro entre expectativas.

Priorização do backlog de marketing

O backlog de marketing é sempre maior que o tempo disponível. Por isso, a priorização aqui precisa ser ainda mais agressiva do que em produto. 

Marketing lida com tarefas de natureza diferente — criativas, analíticas, técnicas — que não podem simplesmente ser “quebradas” sem perda de qualidade. 

O segredo é priorizar não só o impacto, mas a dependência entre áreas e o tempo de maturação das entregas (criação, aprovação, publicação, aprendizado de máquina dos anúncios).

  • Seleção apenas das tarefas diretamente ligadas ao objetivo (criativos, páginas, segmentações, automações);
  • Corte de tudo que não gera impacto mensurável ou depende de aprovações longas demais;
  • Divisão das tarefas considerando tempos reais de criação e aprovação (criativo → revisão → branding → mídia);
  • Identificação de dependências críticas: copy depende do posicionamento; mídia depende da página; e-mail depende do fluxo;
  • Organização das tarefas por maturação: anúncios precisam rodar cedo; conteúdo evergreen pode ser finalizado depois.

Execução diária no contexto de marketing

A execução em marketing tem uma particularidade: convivem tarefas altamente criativas com tarefas altamente operacionais. 

Por isso, a sprint precisa garantir ritmo sem esmagar o processo criativo — ao mesmo tempo evitando dispersões típicas (“vamos revisar isso de novo”, “vamos testar mais uma headline”). 

É uma cadência em que disciplina e criatividade precisam coexistir.

  • Stand-ups focados em bloqueios criativos, aprovações pendentes e gargalos entre times;
  • Entrega contínua de versões, não apenas do produto final (variações de anúncios, rascunhos de páginas, wireframes de campanhas);
  • Revisões curtas e objetivas para não interromper fluxo criativo;
  • Ajustes rápidos no planejamento conforme dados iniciais aparecem (ex.: CPC alto, CTR abaixo do esperado, criativo reprovado);
  • Proteção da agenda do time: menos reuniões e menos revisões extensas para preservar produtividade.

Testes e validação orientados a campanhas

Em marketing, “testar” não é apenas revisar se algo está funcionando — é validar se o público responde ao que foi criado. 

Isso inclui comportamento do algoritmo, taxa de aprovação das plataformas, velocidade de aprendizagem, compatibilidade de dispositivos, e todos os ruídos possíveis das ferramentas.

Os testes incluem: 

  • Verificação de funcionamento (UTMs, pixels, automações, CRM, tags, eventos);
  • Ativação inicial das campanhas para observar a fase de aprendizagem;
  • Microtestes criativos e de copy antes de escalar verba;
  • Ajustes rápidos baseados em retorno preliminar (CPC, CTR, tempo de página, rejeição);
  • Monitoramento contínuo de erros típicos de plataforma (bloqueios, reprovações, inconsistências).

Encerramento e aprendizado com foco em performance

A retro de uma sprint de marketing é mais do que revisar tarefas; é analisar performance. A equipe compara o objetivo inicial com os dados finais, entende quais iniciativas geraram impacto e quais não escalaram. 

Marketing exige aprendizado contínuo porque as condições externas (algoritmos, concorrência, sazonalidade) mudam rápido — e a sprint vira um laboratório para ciclos seguintes.

  • Revisão da meta em comparação aos indicadores reais;
  • Análise de cada etapa do funil para entender onde o sprint teve impacto;
  • Registro do que escalou, do que saturou e do que não performou;
  • Documentação de criativos vencedores e de hipóteses rejeitadas;
  • Ajuste do processo interno (aprovação, briefing, dependências) para o próximo ciclo.

E aí, tudo pronto para colocar suas sprints de marketing para rodar? Espero que sim! 

O trabalho feito nessas sprints não é muito complexo, na maioria das vezes. Esse é o ponto que é mais importante de entender. 

O que realmente é complexo é manter a estrutura de sprints funcionando. Isso dá trabalho, e não é pouco. 

Temos um texto que fala mais sobre a gestão de equipes de marketing. Acesse clicando aqui no link. Obrigado pela leitura! 

Escrito por:
Jéssica Costa
Marketing Leader

As sprints de marketing são, acima de tudo, adaptações. Isso é o que o marketer precisa entender bem antes de começar a planejar os primeiros passos da atividade. 

Isso porque as sprints são parte do framework SCRUM, que se enquadra muito mais nas particularidades do desenvolvimento de sistemas e aplicativos.  

Mas o conceito em si, além da própria metodologia SCRUM, não são exclusivos ao desenvolvimento de sistemas. E as sprints muito menos: elas são usadas de várias formas e em vários contextos. 

As sprints de marketing são, geralmente, focadas em acelerar a produção de um material específico. Mas elas também podem ter outras funções, sendo inclusive a própria base de produção do departamento de marketing, em alguns casos. 

Hoje vamos conversar melhor sobre sprints e o SCRUM, buscando entender como adaptar esses conceitos para a produção de marketing. Tudo pronto? 

Entendendo melhor as sprints e o SCRUM

Uma sprint, segundo o PMBOK, é um esforço conjunto conduzido por uma equipe delimitada dentro de um espaço de tempo definido. 

Essa time-box, que é o espaço de tempo definido, tem a duração que for necessária, mas geralmente gira em torno de uma semana. A maioria das sprints, aliás, dura exatamente uma semana. 

As sprints são parte do framework SCRUM, muito utilizado por desenvolvedoras de software. 

É interessante pensar no motivo do SCRUM e especialmente as sprints terem sido adotadas com tanto fervor por esse setor empresarial. Por não terem linhas de produção físicas, os gestores precisaram criar uma linha imaginária. 

O SCRUM surge para cumprir esse papel. Ao invés de estações de trabalho físicas em uma fábrica, cada trabalhador, independente do cargo, ocupa uma posição em uma linha de produção abstrata, que existe dentro do sistema em que ela foi criada. 

Geralmente esse sistema é o JIRA, elaborado pela Atlassian. No marketing, usamos sistemas similares, porém mais simples, como o Trello, ClickUp, Rock Content Studio etc. 

Alguns detalhes maiores sobre o SCRUM antes de iniciarmos no assunto sobre as sprints no marketing: 

A lógica por trás do SCRUM antes de entrar nas sprints

O SCRUM cumpre o papel de organizar essa linha imaginária. Ele distribui responsabilidades, define pontos de controle, cria cadência e mantém o time alinhado sobre o que está sendo entregue. 

A sprint entra como o “recorte” temporal dessa linha: um espaço delimitado onde a equipe combina o que será feito e entrega o que foi prometido.

Sistemas como o Jira tornam esse fluxo visual. No marketing, usamos variações mais simples — Trello, ClickUp, Rock Content Studio — mas todos seguem a mesma lógica: organizar o trabalho como se fosse uma linha contínua de produção, mesmo quando o produto é abstrato.

As responsabilidades do SCRUM incluem:  

  • Estruturar o quadro como uma linha de produção clara (Backlog → Doing → Review → Done);
  • Atribuir papéis equivalentes ao time tech: responsável, revisor, aprovador;
  • Definir um ciclo fixo para medir previsibilidade e capacidade da equipe;
  • Padronizar o tipo de entrega que cabe dentro de uma sprint;
  • Garantir revisões constantes, como ocorre no sistema de desenvolvimento ágil.

Por que as sprints funcionam e se tornaram padrão

Sprints funcionam porque criam cadência e reduzem incerteza. Ao colocar o trabalho dentro de uma time-box — normalmente uma semana — o time deixa de atuar de maneira reativa. Tudo passa a seguir uma lógica de fluxo: o que entra, o que sai, o que trava.

Esse modelo reduz o volume de interrupções e organiza a colaboração. Como todos sabem o início, meio e fim do ciclo, há um senso de ritmo. 

O time trabalha com foco, porque tudo o que está dentro da sprint precisa ser entregue, enquanto o restante espera o próximo ciclo.

Para setores sem linha de produção física, como marketing, isso é crucial. Em vez de ter demandas soltas e urgências intermináveis, você cria períodos de estabilidade que aumentam a qualidade e diminuem a dispersão.

Geralmente, as Sprints têm as seguintes preocupações: 

  • Definir metas objetivas para cada sprint (ex: “3 artigos + revisão de pauta + atualização de landing”);
  • Reunir o time antes de cada sprint para alinhamento (planning);
  • Evitar inserir novas demandas no meio do ciclo;
  • Fazer dailies rápidas: o suficiente para destravar o andamento;
  • Encerrar com uma retrospectiva focada no processo, não na culpa.

Quando o SCRUM perde força e precisa ser adaptado ao marketing

O SCRUM nasceu para desenvolvimento, não para campanhas, branding ou conteúdo. Isso significa que algumas partes do framework quebram se aplicadas literalmente em marketing.

Sprints funcionam bem quando há previsibilidade, mas campanhas e conteúdos muitas vezes dependem de aprovações externas, análises de dados, revisões longas e tendências que mudam rápido.

Não é raro times de marketing descobrirem que sprints puras adicionam burocracia ao invés de eficiência. 

Por isso, é comum ver adaptações: sprints híbridas, kanban misturado com backlog semanal, ciclos de conteúdo próprios e até squads paralelos só para demandas urgentes.

Como aplicar isso no marketing de forma realista:

  • Ajustar o tamanho da sprint conforme a natureza do trabalho (5, 7 ou 10 dias);
  • Separar “demanda recorrente” de “projetos especiais”;
  • Criar espaços fixos para aprovações externas, evitando travar o fluxo;
  • Permitir um percentual de capacidade reservada para urgências;
  • Usar métricas de fluxo (throughput, lead time) além das metas criativas.

Como fazer uma sprint em 5 passos

Veja bem: ainda não vamos tratar de como fazer as sprints no marketing aqui nesse tópico, apenas sobre como fazer sprints no geral por enquanto. 

No próximo tópico vamos abordar melhor as adaptações que uma sprint padrão precisa sofrer para ser aplicada ao marketing. 

Por enquanto, vamos seguindo no entendimento do que a sprint realmente é, para depois conseguirmos trabalhar quais são as diferenças na sua aplicação para fins de marketing. 

Acompanhe: 

Definição do objetivo

Uma sprint começa com um acordo absoluto sobre o que precisa ser alcançado. Esse alinhamento não é conceitual — é operacional. 

A equipe determina uma meta singular, clara e mensurável, que será perseguida de forma agressiva dentro de um intervalo curto. Sem essa definição, a sprint se fragmenta. Com ela, tudo se organiza: o escopo, o ritmo, o foco e a priorização. 

É a etapa que elimina ambiguidade e transforma intenção em direção.

  • Escolha de um único objetivo mensurável que concentra todos os esforços;
  • Conversão da meta em um critério de sucesso verificável (métrica, KPI ou marco);
  • Determinação do prazo total e da intensidade esperada da entrega;
  • Acordo entre todas as áreas para evitar conflitos de prioridade durante o ciclo;
  • Verificação do que já existe, do que está faltando e do que será criado inteiramente do zero.

Priorização do backlog

Com o objetivo definido, a equipe mergulha no backlog e o destrincha com brutalidade pragmática. 

Somente o que contribui diretamente para o resultado entra no sprint — todo o resto é descartado ou adiado. 

Essa etapa cria clareza e delimita o que, de fato, será entregue, transformando grandes iniciativas em tarefas pequenas, encadeadas e viáveis dentro do tempo. 

É o momento de organizar complexidade e eliminar ruído.

  • Listagem de todas as tarefas relacionadas ao objetivo central;
  • Corte imediato de atividades paralelas, periféricas ou “nice to have”;
  • Fatiamento das tarefas em blocos menores e executáveis sem gargalos;
  • Identificação de dependências críticas que definem a ordem do trabalho;
  • Atribuição de responsáveis e micro-deadlines dentro do sprint.

Execução diária

A execução é o coração do sprint: rápida, cadenciada e implacável. Cada dia começa com ajuste fino, identificação de bloqueios e avanço do fluxo. 

A equipe opera em modo de alta entrega, sem interrupções desnecessárias e com foco integral no que foi definido. 

A disciplina aqui é mais importante que a velocidade — a cadência de pequenas entregas diárias garante que o sprint não desmorone

  • Reuniões curtas para revisar progresso e remover impedimentos;
  • Entregas contínuas, mesmo que parciais, para não acumular risco;
  • Comunicação objetiva: nada de discussões extensas ou desvios de escopo;
  • Monitoramento constante das tarefas para manter o fluxo linear;
  • Reorganização imediata quando surgem bloqueios ou dependências inesperadas.

Testes e validação

Antes do encerramento, tudo precisa funcionar — não no papel, mas no ambiente real. 

Essa fase garante que as entregas não apenas existam: elas geram impacto. 

Testes, ajustes, revisões e microcorreções acontecem em ritmo acelerado para garantir estabilidade e coerência. É o momento em que a equipe transforma output em resultado utilizável.

  • Testes de campanhas, automações, páginas, fluxos ou integrações;
  • Validação de performance inicial com dados reais;
  • Ajustes rápidos para corrigir inconsistências, erros ou desalinhamentos;
  • Verificação de usabilidade, mensagem, design e coerência técnica;
  • Registro do comportamento das entregas para aprendizado posterior.

Encerramento e aprendizado

O ciclo termina com uma revisão profunda e honesta: o sprint cumpriu o objetivo ou não? A equipe confronta o planejado com o realizado, identifica a causa dos desvios e coleta aprendizados. 

Esse fechamento não é burocrático: ele define a evolução do time. Cada sprint deixa a equipe mais rápida, mais organizada e mais eficiente, criando um loop permanente de melhoria.

  • Avaliação da meta versus resultado alcançado;
  • Identificação do que funcionou e deve ser mantido;
  • Identificação do que falhou e precisa ser reescrito no próximo ciclo;
  • Revisão da priorização, tempo, escopo e distribuição de responsabilidades;
  • Registro formal dos aprendizados para melhorar o sprint seguinte.

Como fazer sprints no marketing? 

Como entendemos, o processo de fazer sprints precisa de adaptações quando levado para o marketing. 

Nem todo trabalho precisa estar tão bem documentado e seguir todos os processos que as sprints exigem. 

Nos próximos tópicos, vamos entender como esses passos podem ser adaptados para uma rotina de marketing. Acompanhe: 

Definição do objetivo de marketing

Uma sprint de marketing não pode nascer de um objetivo vago (“melhorar o tráfego”, “vender mais”). 

Ela precisa traduzir marketing em um resultado operacional, mensurável e alinhado a um canal, uma campanha ou uma etapa do funil. 

O objetivo precisa comportar sazonalidade, alocação de verba, capacidade da equipe e restrições de mídia. É uma combinação entre foco técnico (o que vamos entregar) e foco estratégico (por que isso importa para a marca agora).

  • Transformação da meta de marketing em uma métrica controlável (CPL, CTR, CAC, taxa de aprovação criativa, páginas publicadas, flows ativados);
  • Ajuste do objetivo ao funil correto: awareness, consideração, conversão, retenção.
  • Definição do impacto esperado dentro da janela da sprint (ex.: “aumentar 20% os leads qualificados em 10 dias”);
  • Checagem do cenário externo: sazonalidade, competição, restrições de verba;
  • Alinhamento com vendas, operações e branding para evitar desencontro entre expectativas.

Priorização do backlog de marketing

O backlog de marketing é sempre maior que o tempo disponível. Por isso, a priorização aqui precisa ser ainda mais agressiva do que em produto. 

Marketing lida com tarefas de natureza diferente — criativas, analíticas, técnicas — que não podem simplesmente ser “quebradas” sem perda de qualidade. 

O segredo é priorizar não só o impacto, mas a dependência entre áreas e o tempo de maturação das entregas (criação, aprovação, publicação, aprendizado de máquina dos anúncios).

  • Seleção apenas das tarefas diretamente ligadas ao objetivo (criativos, páginas, segmentações, automações);
  • Corte de tudo que não gera impacto mensurável ou depende de aprovações longas demais;
  • Divisão das tarefas considerando tempos reais de criação e aprovação (criativo → revisão → branding → mídia);
  • Identificação de dependências críticas: copy depende do posicionamento; mídia depende da página; e-mail depende do fluxo;
  • Organização das tarefas por maturação: anúncios precisam rodar cedo; conteúdo evergreen pode ser finalizado depois.

Execução diária no contexto de marketing

A execução em marketing tem uma particularidade: convivem tarefas altamente criativas com tarefas altamente operacionais. 

Por isso, a sprint precisa garantir ritmo sem esmagar o processo criativo — ao mesmo tempo evitando dispersões típicas (“vamos revisar isso de novo”, “vamos testar mais uma headline”). 

É uma cadência em que disciplina e criatividade precisam coexistir.

  • Stand-ups focados em bloqueios criativos, aprovações pendentes e gargalos entre times;
  • Entrega contínua de versões, não apenas do produto final (variações de anúncios, rascunhos de páginas, wireframes de campanhas);
  • Revisões curtas e objetivas para não interromper fluxo criativo;
  • Ajustes rápidos no planejamento conforme dados iniciais aparecem (ex.: CPC alto, CTR abaixo do esperado, criativo reprovado);
  • Proteção da agenda do time: menos reuniões e menos revisões extensas para preservar produtividade.

Testes e validação orientados a campanhas

Em marketing, “testar” não é apenas revisar se algo está funcionando — é validar se o público responde ao que foi criado. 

Isso inclui comportamento do algoritmo, taxa de aprovação das plataformas, velocidade de aprendizagem, compatibilidade de dispositivos, e todos os ruídos possíveis das ferramentas.

Os testes incluem: 

  • Verificação de funcionamento (UTMs, pixels, automações, CRM, tags, eventos);
  • Ativação inicial das campanhas para observar a fase de aprendizagem;
  • Microtestes criativos e de copy antes de escalar verba;
  • Ajustes rápidos baseados em retorno preliminar (CPC, CTR, tempo de página, rejeição);
  • Monitoramento contínuo de erros típicos de plataforma (bloqueios, reprovações, inconsistências).

Encerramento e aprendizado com foco em performance

A retro de uma sprint de marketing é mais do que revisar tarefas; é analisar performance. A equipe compara o objetivo inicial com os dados finais, entende quais iniciativas geraram impacto e quais não escalaram. 

Marketing exige aprendizado contínuo porque as condições externas (algoritmos, concorrência, sazonalidade) mudam rápido — e a sprint vira um laboratório para ciclos seguintes.

  • Revisão da meta em comparação aos indicadores reais;
  • Análise de cada etapa do funil para entender onde o sprint teve impacto;
  • Registro do que escalou, do que saturou e do que não performou;
  • Documentação de criativos vencedores e de hipóteses rejeitadas;
  • Ajuste do processo interno (aprovação, briefing, dependências) para o próximo ciclo.

E aí, tudo pronto para colocar suas sprints de marketing para rodar? Espero que sim! 

O trabalho feito nessas sprints não é muito complexo, na maioria das vezes. Esse é o ponto que é mais importante de entender. 

O que realmente é complexo é manter a estrutura de sprints funcionando. Isso dá trabalho, e não é pouco. 

Temos um texto que fala mais sobre a gestão de equipes de marketing. Acesse clicando aqui no link. Obrigado pela leitura! 

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